Em meio a tensões entre Venezuela e Guiana por conta da disputa territorial na região de Essequibo, o Reino Unido confirmou, neste domingo (24), que deslocará um navio militar para a região.
A informação é do Ministério da Defesa britânico que, em um comunicado, anunciou que o navio HMS Trent “irá este mês para a Guiana, nosso aliado regional e parceiro na Commonwealth, para uma série de compromissos na região”. Independente desde 1966, a Guiana é uma ex-colônia britânica e integra a organização, formada por mais de 50 países que possuem relações históricas com o Reino Unido.
De acordo com a BBC, o navio deve participar de manobras militares após o Natal com outros aliados da Guiana. A emissora britânica não especificou quais outros países colaborarão na missão. Londres já havia mostrado seu apoio à Guiana com a viagem no início da semana de David Rutley, chefe da diplomacia britânica nas Américas.
HMS Trent
O HMS Trent foi encomendado pela Coroa Britânica em 2013 junto a outros dois navios militares e começou a operar para um período de testes em 2019. No ano seguinte, o equipamento militar foi enviada para uma missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Mar Mediterrâneo e no Golfo da Guiné - onde auxiliou em operações contra a pirataria.
O navio militar foi enviado ao Caribe no início do mês para operações antidrogas e, agora, será deslocado para a costa da Guiana.
O equipamento pesa 2 mil toneladas e tem comprimento de 90 metros e pode transportar uma tropa de até 50 pessoas.
Venezuela reivindica Essequibo
A Venezuela reivindica há mais de um século a soberania sobre este território de 160.000 km². No entanto, sua reivindicação se intensificou após a descoberta de vastas reservas de petróleo nesta região em 2015. Já a Guiana argumenta que um tribunal de arbitragem em Paris estabeleceu as fronteiras em 1899, entre a Venezuela e a então colônia.
As tensões entre os dois países se acentuaram após a realização de um referendo sobre a soberania do Essequibo em 3 de dezembro na Venezuela.
No entanto, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e seu homólogo da Guiana, Irfaan Ali, se reuniram em 15 de dezembro e reduziram a tensão, embora não tenham resolvido suas diferenças fundamentais.