O Conselho de Segurança da ONU prossegue, neste domingo (15), com as difíceis negociações para chegar a acordo sobre um texto de resolução referente ao conflito palestino-israelense, em um momento em que há duas propostas sobre a mesa, conforme fontes diplomáticas.
Na sexta-feira, a Rússia enviou aos membros do Conselho das Nações Unidas um projeto de resolução, que pede “um cessar-fogo humanitário imediato, duradouro e plenamente respeitado”, assim como acesso à ajuda humanitária sem condições à Faixa de Gaza.
Este breve texto, ao qual a AFP teve acesso, também condena “energicamente toda violência e hostilidades contra os civis e todos os atos de terrorismo” e pede a libertação de “todos os reféns” detidos pelo grupo islâmico palestino Hamas. Não há, contudo, menção ao Hamas.
Os Estados Unidos insistem, por sua vez, em que o Conselho de Segurança condene explicitamente os “atos terroristas odiosos” do movimento palestiniano, que lançou em 7 de outubro um ataque de uma magnitude sem precedentes contra Israel.
De acordo com o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, alguns Estados-membros se mostraram “positivos” em relação ao projeto de resolução, mas outros nem tanto, em uma reunião a portas fechadas na sexta-feira.
Após pedir aos demais membros que sugerissem eventuais modificações no texto, a Rússia solicitou ao Brasil, que preside o Conselho de Segurança este mês, que submeta a iniciativa a uma votação na tarde desta segunda-feira (16).
“Esperamos que a presidência brasileira confirme isso rapidamente”, comentou o vice-embaixador russo na ONU, Dmitry Polyanskiy, na rede X (ex-Twitter) no sábado, acrescentando que a Rússia pediu aos demais membros da organização que apoiem o texto para “enviar um sinal claro às partes em conflito”.
Para ser adotada, uma resolução precisa do voto positivo de pelo menos nove dos 15 membros do Conselho, e sem o veto de qualquer um dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China).
Em paralelo à proposta russa, os brasileiros apresentaram outro projeto de resolução, modificado várias vezes. Nele, há menção explícita aos atos “terroristas” do Hamas, segundo fontes diplomáticas.