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Trabalhar muito e ganhar pouco causa problema no coração, aponta estudo

Pesquisa da Universidade Laval foi retomada pela Sociedade Italiana de Cardiologia Intervencionista

Trabalhar muito e receber pouca ou nenhuma recompensa faz mal ao coração e produz os mesmos efeitos negativos da obesidade na saúde cardíaca. É o que aponta pesquisa da Universidade Laval, da cidade de Quebec, no Canadá, divulgada recentemente.

“O novo estudo destaca, pela primeira vez, o enorme impacto da combinação destes dois fatores, ou seja, trabalho árduo e baixa recompensa”, presidente da Sociedade Italiana de Cardiologia Intervencionista (Gise), Giovanni Esposito, durante congresso em Milão.

De acordo com o especialista italiano, “as conclusões destacam, portanto, a necessidade urgente de abordar proativamente as condições de trabalho estressantes, para criar ambientes mais saudáveis que beneficiem funcionários e empregadores”.

A pesquisa acompanhou aproximadamente 6,5 mil “trabalhadores de colarinho-branco” de ambos os sexos, que não tinham histórico prévio de doença cardíaca, durante quase 20 anos. Aqueles que relataram sofrer de estresse no trabalho ou desequilíbrio entre esforço e recompensa tiveram um risco 49% maior de doenças cardíacas do que aqueles que não relataram as mesmas condições de trabalho.

O estudo aponta que, quando as duas condições coexistiam, o risco duplicava. Para Francesco Saia, presidente eleito da Gise, “existem duas maneiras principais pelas quais o estresse pode causar danos ao coração”.

“A primeira envolve o controle da pressão arterial e o estreitamento dos vasos sanguíneos. A outra inclui a ativação da medula óssea e a liberação de células inflamatórias, o que, por sua vez, leva à inflamação aterosclerótica e ao aparecimento de placas e coágulos sanguíneos”, concluiu Sala, enfatizando que “o que dói não é um evento único, mas períodos prolongados de estresse em combinação com outros fatores de risco”.

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