Uma série de fotos e depoimentos de vítimas da Guerra da Ucrânia chama atenção de quem passa pela Via Dante, uma das principais avenidas do centro de Milão. Espalhadas por um quarteirão da cidade italiana estão relatos de vítimas - soldados e pessoas comuns - do conflito entre Rússia e Ucrânia que já se estende por um ano e meio.
A ideia da exibição, que recebe apoio de prefeituras e de instituições ligadas à Ucrânia, é mostrar para as pessoas em grandes centros urbanos o sofrimento causado pela guerra.
“Vamos defender essas terras, lugar onde vamos criar nossos filhos de maneira feliz e em paz”, escreveu Mykhailo Popov, de 23 anos, dias antes de morrer na guerra. Cada depoimento vem acompanhado de fotos das vítimas.
Além de relatos de mortos durante a guerra, a exposição traz também histórias de parentes de vítimas, que contam planos e sonhos que ficaram pelo caminho.
“Mykhailo me falou em sair da Ucrânia em fevereiro. Ele sabia que a guerra ia começar, mas não sabia quanto tempo ela iria durar. Estávamos planejando nos casar em maio, seria nossa união e nunca mais nos separaremos. Mas naquele mesmo mês que estava planejado o casamento foi quando nos separamos para sempre”, conta uma jovem ucraniana noiva de um soldado morto na guerra.
A exposição em Milão foi alvo de críticas por alguns vereadores durante uma sessão na Câmara Municipal da cidade. Os parlamentares críticos à iniciativa afirmaram que a prefeitura não deveria participar de uma iniciativa que está ligada ao batalhão neonazista de Azov. Outros vereadores elogiaram a exposição e afirmaram que qualquer ação contra a guerra deve ser incentivada.