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Nova expedição é organizada para ver destroços do Titanic: ‘naufrágio é um túmulo’

Governo dos Estados Unidos tenta impedir expedição na Justiça; data está marcada para março de 2024

Governo dos Estados Unidos tenta impedir expedição na Justiça; data está marcada para março de 2024

Dois meses após a implosão do Titan, da OceanGate, que matou cinco pessoas durante uma expedição aos destroços do Titanic, a empresa RMS Titanic Inc. organiza nova expedição, marcada para acontecer em março de 2024. A RMS detém os direitos de recuperação das peças do navio que naufragou em 1912. O governo dos EUA tenta impedir a expedição na Justiça.

Na tentativa de impedir uma nova expedição aos destroços do Titanic, o governo americano procurou a Justiça e cita no processo uma lei federal e um acordo internacional que tratam o naufrágio como um ‘túmulo sagrado.’

A empresa expõe artefatos recuperados do local do naufrágio no fundo do Atlântico Norte, desde prataria até um pedaço do casco do Titanic, conforme informações da ApNews.

A batalha judicial que acontece no Tribunal Distrital dos EUA em Norfolk, Virgínia, que supervisiona as questões de salvamento do Titanic, depende, da lei federal e de um pacto com a Grã-Bretanha para tratar o Titanic afundado como um memorial às mais de 1.500 pessoas que morreram. O navio bateu em um iceberg e afundou em 1912.

Entre as preocupações do governo está a possível perturbação de artefatos e de restos humanos que ainda possam existir.

“A RMST não é livre para desconsiderar esta lei federal validamente promulgada, mas essa é a sua intenção declarada”, argumentaram advogados norte-americanos em documentos judiciais apresentados na sexta-feira. Acrescentaram que o naufrágio “será privado das proteções que o Congresso lhe concedeu”.

Expedição

A expedição da RMST está prevista para maio de 2024, de acordo com um relatório apresentado ao tribunal em junho.

A empresa alega que pretende tirar imagens de todo o naufrágio e isso inclui “dentro dos destroços onde a deterioração abriu abismos suficientes para permitir que um veículo operado remotamente penetre no casco sem interferir na estrutura atual”.

Outras expedições

Conforme informações da empresa, as expedições para recuperar artefatos do Titanic aconteceram em parceria entre a RMS Titanic, Inc.; O Instituto Oceanográfico Francês; e o Instituto de Oceanologia PP Shirshov, com sede em Moscou.

Elas foram realizadas no local do naufrágio do Titanic, localizado a 963 milhas a nordeste de Nova York e 453 milhas a sudeste da costa de Newfoundland, durante os verões de 1987, 1993, 1994, 1996, 1998, 2000, 2004 e 2010.

Submersíveis

Os submersíveis Nautile e MIR foram utilizados para a recuperação dos destroços nas Expedições 1987, 1993, 1994, 1996 e 1998. Todas as máquinas, segundo a empresa, são equipadas com braços mecânicos capazes de escavar, agarrar e recuperar os artefatos, que são coletados em cestos amostrais ou colocados em cestos elevatórios.

O espaço destinado à tripulação acomoda três pessoas – um piloto, um copiloto e um observador – cada um com uma vigia de plástico de 30 centímetros de espessura entre elas e as profundezas. “Ambos os submersíveis têm a capacidade de operar e implantar um veículo controlado remotamente em uma corda de 110 pés, que é então transportado para dentro dos destroços para registrar imagens.”

Titan

Em julho deste ano, a “OceanGate suspendeu todas as operações de exploração e comerciais.” O comunicado escrito no topo da página da empresa OceanGate, responsável pelo submersível Titan que implodiu e matou cinco pessoas durante uma expedição aos destroços do Titanic. Sem dar mais explicações, a empresa se limitou a anunciar que as atividades foram suspensas.

O submersível perdeu contato com o navio na costa de Newfoundland cerca de 1 hora 45 minutos depois de descer para o local dos destroços do Titanic. Todas as cinco pessoas a bordo morreram com a implosão.

Há aproximadamente duas semanas atrás, restos humanos foram recuperados dos destroços do Titan. Na embarcação estavam o CEO da empresa, Stockton Rush; o bilionário britânico Hamish Harding; o mergulhador francês Paul Henry Nargeolet; o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o filho, Suleman. A expedição pretendia explorar os restos do Titanic, que naugragou há 111 anos atrás, após se chocar com um iceberg.

A viagem, a terceira do submersível até os restos mortais, custou R$ 1.231.750 milhões (US$ 250 mil dólares) por pessoa. Os restos do Titan foram encontrados no fundo do oceano perto da proa do Titanic. Um veículo operado remotamente foi enviado a cerca de 12.500 pés debaixo d'água para recuperar o que sobrou da embarcação.

Jornalista graduada em 2005 pelo Centro Universitário Newton Paiva, com experiência em rádio e televisão. Desde 2022 atua como repórter de cidades na Itatiaia.