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Putin suspende participação da Rússia em tratado de proliferação de armas nucleares com os EUA

Presidente russo acusou OTAN de estar por trás de ataques da Ucrânia contra bases aéreas estratégicas

Putin anunciou saída de acordo sobre armas nucleares com os EUA

O presidente da Rússia, Vladimir Putin anunciou, nesta terça-feira (21), que o país irá suspender sua participação no “New Start”, último acordo firmado com os Estados Unidos para evitar a proliferação de armas nucleares.

Em declaração, Putin disse estar sendo “forçado” em deixar o Tratado de Redução de Armas Estratégicas e acusou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e os países ocidentais, como França e Reino Unido, de estarem renovando seus arsenais nucleares.

“Hoje, sou forçado a anunciar que a Rússia está suspendendo sua participação no Tratado de Redução de Armas Estratégicas. Repito: não estamos nos retirando do tratado, mas sim suspendendo a participação”, afirmou Putin.

“Devemos entender o que pretendem países como a França e Reino Unido e como levaremos em conta seus arsenais estratégicos, ou seja, o potencial de ataque combinado da aliança”, completou referindo-se à OTAN.

Ainda de acordo com Putin, a OTAN queria que a Rússia permitisse a inspeção em infraestruturas de defesa e nucleares.

“Não sei como definir isso: é um teatro do absurdo. Nós sabemos que o Ocidente está diretamente relacionado com as tentativas do regime de Kiev de realizar ataques contra nossas bases aéreas estratégicas”, acusou.

O que é o Acordo ‘New Start’

O “New Start” é um acordo - também chamado de Tratado de Redução de Armas Estratégicas” - firmado entre a Rússia e os Estados Unidos em 2010. Os termos do tratado entraram em vigor no ano seguinte e prevê que ambos os países reduzam pela metade o número de lançadores de mísseis nucleares.

Em janeiro de 2021, 10 anos após o acordo começar a valer, o tratado foi prorrogado por Putin e o presidente norte-americano Joe Biden até 2026. Pelos termos acordados, os países se comprometem a manter o arsenal nuclear em, no máximo, 700 mísseis balísticos intercontinentais, assim como 1.550 ogivas e 800 sistemas de propulsão.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.