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Homem comete suicídio na França para denunciar repressão em protestos no Irã

Mohamad, de 38 anos, publicou vídeo criticando a repressão no Irã antes de cometer suicídio

Manifestações que começaram após a morte de Mahsa Amini têm sido reprimidas no Irã

Um iraniano cometeu suicídio nessa segunda-feira (26) em Lyon, no centro-oeste da França, para denunciar a situação do Irã e a repressão nas manifestações que começaram após a morte de Mahsa Amini.

“Quando você vir este vídeo, já estarei morto”, diz Mohamad, de 38 anos, na gravação publicada postumamente em sua conta do Instagram.

O corpo do homem foi encontrado na noite de segunda-feira em Lyon. A polícia confirmou à AFP as mesmas informações noticiadas pelo jornal local Le Progés. A mesma fonte confirmou que, mesmo após encontrá-lo, não foi possível reanimar Mohamed.

“A polícia nos ataca, perdemos muitos filhos e filhas, temos de fazer alguma coisa”, destaca o iraniano, com uma pose calma no vídeo publicado nas redes sociais.

“Decidi me suicidar no rio Ródano. É uma decisão para mostrar que nós, o povo iraniano, estamos muito cansados dessa situação”, acrescentou. Mohamad ainda pediu apoio para o povo iraniano em sua luta contra “a polícia e um governo muito violento”.

Surgiram convites nas redes sociais para reuniões em Lyon, a fim de homenageá-lo após sua morte.

Em setembro, o irã foi atingido por uma das maiores ondas de manifestações desde a proclamação da República Islâmica, em 1979.

Os protestos começaram após a morte da jovem curdo-iraniana Mahsa Amini, sob custódia da polícia da moralidade. Ela foi presa acusada de usar o lenço islâmico da forma incorreta.

Centenas de pessoas morreram e pelo menos 14.000 foram presas nas represálias às manifestações.

AFP
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