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Governo do Peru e indígenas selam acordo para libertar turistas na Amazônia após vazamento de petróleo

O grupo, que inclui pelo menos vinte cidadãos dos Estados Unidos, Espanha, França, Reino Unido e Suíça, está detido desde as 10h locais (12h de Brasília) de quinta-feira

Turistas e índigenas estão retidos na Amazônia peruana desde a última quinta

A Defensoria do Povo do Peru anunciou nesta sexta-feira (4), que chegou a um acordo para a libertação de um grupo de turistas estrangeiros e peruanos retidos por indígenas da Amazônia que protestam contra a falta de ajuda governamental, após um vazamento de petróleo na região.

“Após um diálogo com (o líder indígena) Apu de comunidades de Cuninico, nosso pedido foi aceito para a libertação das pessoas que permaneciam em embarcações retidas em protesto pela contaminação, após o vazamento de petróleo no rio Maranhão”, indicou a Defensoria em uma mensagem no Twitter.

O número total de pessoas retidas ainda é incerto. Uma passageira afirmou que poderia chegar a 150, mais que o dobro dos 70 informados na quinta-feira pelo líder Cuninico, Watson Trujillo. A Defensoria não informou o número.

O grupo, que inclui pelo menos vinte cidadãos dos Estados Unidos, Espanha, França, Reino Unido e Suíça, está detido desde as 10h00 locais (12h00 de Brasília) de quinta-feira e está ficando sem suprimentos, disse à AFP Angela Ramírez, que se encontra a bordo entre os turistas.

Ramírez detalhou que está com 10 americanos que viajaram para a Amazônia para uma excursão de ciclismo de aventura.

“Emocionalmente, tem de tudo. Muita ansiedade, muito cansaço, ontem estava mais frio, hoje está bastante ensolarado, mas estamos na embarcação e isso nos protege bastante”, descreveu Ramírez, que também é ciclista.

Ela explicou que alguns membros da comunidade de Cuninico que não concordam com as detenções ajudaram os turistas com dois galões de água.

“Temos essa água, mas não sabemos o que acontecerá se não conseguirmos ir embora hoje. Tem um bebê de um mês e meio que precisa ser amamentado, e sua mãe precisa comer bem”, completou a atleta peruana.

“Vamos dar as facilidades hoje para que essas pessoas possam voltar aos seus lugares de origem”, disse por sua vez o líder nativo Cuninico nesta sexta-feira à emissora estatal TV Perú, sem dar mais detalhes.

O líder indicou que a “medida radical” foi tomada para que o governo enviasse uma delegação para constatar o dano ambiental sofrido pela região após o vazamento de cerca de 2.500 barris de petróleo no rio Cuninico, em 16 de setembro.

AFP
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