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Mulher que consegue diagnosticar Parkinson com o olfato inspira criação de teste simples para a doença

Atualmente a doença neurológica só pode ser diagnosticada através de consultas médicas, mas o novo teste poderá ter resultado em até três minutos

O Parkinson afeta 6,3 milhões de pessoas no mundo todo

Pesquisadores do Reino Unido estão criando um novo método de detecção do Parksinson que pode detectar a doença em até três minutos. Mas o inusitado desta história é que os estudos estão sendo inspirados em um enfermeira aposentada que descobriu que o marido estava doente por causa de um odor característico.

Joy Milne, de 72 anos, mora em Perth, na Escócia, e descobriu que era capaz de detectar o Parkinson a partir do seu olfato. Ela sentiu o odor pela primeira vez em seu marido Les, que foi diagnosticado com a doença neurológica aos 45 anos.

Segundo Joy, ela começou a sentir um cheiro desagradável de mofo no marido, especialmente nos ombros e na nuca. Além disso, ela relata que a pele dele parecia diferente. Ela descobriu que o cheiro era característico do Parkinson quando ela conheceu outras pessoas diagnosticadas, e reconheceu o mesmo odor nelas.

Após a morte do marido, em 2015, Joy começou a colaborar com uma equipe da Universidade de Manchester. Eles desenvolveram um teste simples que esfrega a pele da pessoa e possui 95% de precisão. Entretendo, mais estudos precisam ser feitos antes que o exame seja liberado no mercado.

Segundo os pesquisadores, ao analisar o sebo - substância oleosa da pele - foram descobertas mais de 500 compostos diferentes na pele de quem tem Parkinson. A pesquisa comparou amostras de 79 indivíduos doentes com um grupo de controle com 71 pessoas saudáveis.

Atualmente, não existe um teste laboratorial para a doença, e milhares de pessoas precisam passar por consultas neurológicas para serem diagnosticadas. Os pesquisadores acreditam que os exames químicos poderão ser liberados em até dois anos.

O Parkinson é a condição neurológica que mais cresce no mundo, e afeta os movimentos da pessoa causando tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, além de alterações na fala e na escrita. A Doença ocorre devido da degeneração de algumas células do cérebro e não tem cura.