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Árbitro relata cantos homofóbicos da torcida do Vitória para zagueiro do Grêmio

Jogador trocou Rubro-Negro pelo Tricolor no início do ano e foi tratado como traidor

A partida entre Vitória e Grêmio, realizada na noite deste domingo (27), no Barradão, pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro, ficou marcada não apenas pelo empate em campo, mas também pelo clima hostil direcionado ao zagueiro Wagner Leonardo, do Tricolor.

O jogador, que deixou o Vitória de maneira polêmica, foi alvo de diversas provocações da torcida rubro-negra antes, durante e após a partida. O episódio mais grave, no entanto, ocorreu aos 20 minutos do primeiro tempo e foi registrado na súmula pelo árbitro Felipe Fernandes de Lima.

Segundo o relato oficial, foram ouvidos cantos homofóbicos partindo da torcida do Vitória, com gritos de “Wagner Leonardo viado, Wagner Leonardo viado”. De acordo com o árbitro, a ocorrência foi informada ao delegado da partida. Confira na íntegra:

“Informo que aos 20 minutos do primeiro tempo foi observado os seguintes cantos homofóbicos vindos da torcida do Esporte Clube Vitória: “Wagner Leonardo viado, Wagner Leonardo viado” por diversas vezes, informo ainda que a equipe de arbitragem informou ao delegado da partida sobre tal fato no momento que a bola estava fora de jogo. Tais cantos não foram mais observados pela equipe de arbitragem durante o transcorrer da partida.”

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Apesar do ambiente hostil, Wagner Leonardo se pronunciou de forma respeitosa ao final do jogo e fez questão de demonstrar gratidão pelo período que viveu no Vitória.

“O sentimento é de gratidão. Vivi uma linda história aqui. Diferente do que dizem, tenho um carinho enorme pelo Vitória, por esse grande clube. Fomos muito felizes aqui. Meu filho nasceu aqui. Mas a vida segue. Agora estou no Grêmio e estou muito feliz”, declarou.

O episódio registrado no Barradão pode render punição ao Vitória. Desde 2023, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) incorporou expressamente ao Regulamento Geral de Competições (RGC) a previsão de sanções severas para infrações de cunho discriminatório, inclusive aquelas praticadas por torcedores.

As punições previstas incluem advertência, multa de até R$ 500 mil (destinada obrigatoriamente a causas sociais), vedação de registro ou transferência de atletas e até perda de pontos. Em caso de reincidência, o valor da multa pode dobrar, chegando a R$ 1 milhão.

Lincoln Oriaj é correspondente da Itatiaia em Salvador e cobre o futebol do Nordeste. Além de contar histórias sobre o esporte na Bahia, possui experiência com cobertura de grandes festas como Carnaval e São João. Antes da Itatiaia, fez a ASCOM do Botafogo/BA e colaborou em TVE, ge.globo e Jornal A TARDE.
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