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Ele estava desfrutando de uma semana especial para qualquer atleta: a primeira convocação para o time de um país pentacampeão mundial. Era um momento para se aproveitar, mas também tirar lições da vivência no mais alto nível do esporte. O que o arqueiro de 34 anos só não poderia imaginar que um dos maiores aprendizados desta passagem estaria fora do campo, mais precisamente na rouparia.
A admiração pelo gesto de Taffarel
Naquele dia, havia um movimento incomum entre os profissionais que têm a missão de deixar tudo pronto para os atletas. Eles, inclusive, precisaram se dividir em dois grupos. Um ficaria justamente no trabalho de campo. O outro tinha que acelerar a arrumação dos materiais para ser levado na viagem. E quem estava nesse grupo, limpando chuteiras, era um certo tetracampeão mundial chamado Taffarel, a sua grande referência na posição.
“Eu já tenho aprendido muito dentro de campo com os treinamentos e fora também. Quando você vê o Taffarel acabando o treino e ajudando todo mundo lá da rouparia, e que tem muitos jogadores para cuidar, ele ajuda a limpar a chuteira, ele ajuda na organização…”, elogia Rafael, em entrevista exclusiva à Itatiaia.
“Ele é um cara proativo e que está sempre disponível para ajudar e fazer o que for preciso para todos na Seleção. Então, assim, é uma grande pessoa, um grande profissional, onde eu tenho um enorme prazer de poder trabalhar junto”, acrescentou.
Rafael, do São Paulo, em treino da Seleção Brasileira
Aproximação de um ídolo
A lição que Rafael tirou do exemplo prestado por Taffarel só reforça uma admiração que remonta a sua infância. Quando ainda sonhava em ser goleiro, ele viu, aos seis anos, a sua grande referência na posição se consagrar com o tetracampeonato mundial nos Estados Unidos.
Por sinal, é nesse país que Rafael terá tempo de ficar ainda mais próximo do ídolo. Nesse domingo (2), viajou ao país para se apresentar à Seleção Brasileira, que inicia preparação para a disputa da
“Falar do Tafarel é muito fácil, porque o Taffarel é o goleiro da seleção que inspirou várias gerações como a minha. E no meu caso não foi diferente. Eu quis ser goleiro porque eu via ele fazendo as defesas na seleção”, conta Rafael.
“Eu era ainda muito pequeno, mas o meu primeiro contato que eu me lembro com o futebol foi a Copa de 94, onde ele decide para nós, pegando pênalti… para nós, todos os brasileiros, ele é um ídolo e, para mim que queria ser goleiro, ainda mais”, acrescenta.
Taffarel em treino da Seleção Brasileira
O presente de um ídolo
Na primeira passagem pela Seleção, a aproximação de Rafael com o ídolo se tornou algo até natural. Nas conversas, o atleta destaque do São Paulo pôde confidenciar a admiração pelo goleiro tetracampeão mundial e, em especial, o desejo de contar com uma peça icônica: o par de luvas que marcou o estilo de Taffarel debaixo das traves.
“O que ninguém sabe é que eu externei para ele, quando eu cheguei lá, essa minha idolatria, o quanto que ele foi importante e o quanto que eu acompanhava o trabalho dele. E aí eu falei com ele que eu era apaixonado pela luva que ele usava na época, porque eu não tinha condições de ter luva e a luva que ele usava na Copa do Mundo era maravilhosa e uma das mais bonitas fizeram até hoje”, afirmou.
“E olha que legal, ele falou que o pessoal tinha feito algumas luvas para ele e tal, para relembrar desse modelo de luva, e acabou que ele me deu uma.”, acrescentou.
Surpreendido mais uma vez pelo ídolo, Rafael guardou o par de luvas autografado em sua casa, com todo cuidado possível. Afinal, esse é um símbolo daquele menino que um dia imaginou em ser goleiro vendo o ídolo na televisão e que, hoje, vive um sonho que poucos alcançam.