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Uma lição e um par de luvas: Rafael, do São Paulo, vive sonho na Seleção com ídolo Taffarel

Goleiro é fã de um dos heróis da conquista do tetracampeonato mundial e hoje treinador de goleiros do Brasil; Rafael revela bastidores de convivência maior referência

Goleiro Rafael, do São Paulo, ganhou par de luvas do ídolo Taffarel

A Seleção Brasileira vivia os últimos instantes antes de deixar a Inglaterra para seguir até a Espanha, onde realizaria o segundo amistoso do início da Era Dorival Júnior, em março. Era um dia de treinamento só para os jogadores reservas. O goleiro Rafael, do São Paulo, estava nesse grupo que trabalhava em um dos campos do Centro de Treinamento do Arsenal, nos arredores da capital Londres.

Ele estava desfrutando de uma semana especial para qualquer atleta: a primeira convocação para o time de um país pentacampeão mundial. Era um momento para se aproveitar, mas também tirar lições da vivência no mais alto nível do esporte. O que o arqueiro de 34 anos só não poderia imaginar que um dos maiores aprendizados desta passagem estaria fora do campo, mais precisamente na rouparia.

A admiração pelo gesto de Taffarel

Naquele dia, havia um movimento incomum entre os profissionais que têm a missão de deixar tudo pronto para os atletas. Eles, inclusive, precisaram se dividir em dois grupos. Um ficaria justamente no trabalho de campo. O outro tinha que acelerar a arrumação dos materiais para ser levado na viagem. E quem estava nesse grupo, limpando chuteiras, era um certo tetracampeão mundial chamado Taffarel, a sua grande referência na posição.

“Eu já tenho aprendido muito dentro de campo com os treinamentos e fora também. Quando você vê o Taffarel acabando o treino e ajudando todo mundo lá da rouparia, e que tem muitos jogadores para cuidar, ele ajuda a limpar a chuteira, ele ajuda na organização…”, elogia Rafael, em entrevista exclusiva à Itatiaia.

“Ele é um cara proativo e que está sempre disponível para ajudar e fazer o que for preciso para todos na Seleção. Então, assim, é uma grande pessoa, um grande profissional, onde eu tenho um enorme prazer de poder trabalhar junto”, acrescentou.

Rafael, do São Paulo, em treino da Seleção Brasileira

Aproximação de um ídolo

A lição que Rafael tirou do exemplo prestado por Taffarel só reforça uma admiração que remonta a sua infância. Quando ainda sonhava em ser goleiro, ele viu, aos seis anos, a sua grande referência na posição se consagrar com o tetracampeonato mundial nos Estados Unidos.

Por sinal, é nesse país que Rafael terá tempo de ficar ainda mais próximo do ídolo. Nesse domingo (2), viajou ao país para se apresentar à Seleção Brasileira, que inicia preparação para a disputa da Copa América entre os dias 20 de junho e 14 de julho.

“Falar do Tafarel é muito fácil, porque o Taffarel é o goleiro da seleção que inspirou várias gerações como a minha. E no meu caso não foi diferente. Eu quis ser goleiro porque eu via ele fazendo as defesas na seleção”, conta Rafael.

“Eu era ainda muito pequeno, mas o meu primeiro contato que eu me lembro com o futebol foi a Copa de 94, onde ele decide para nós, pegando pênalti… para nós, todos os brasileiros, ele é um ídolo e, para mim que queria ser goleiro, ainda mais”, acrescenta.

Taffarel em treino da Seleção Brasileira

O presente de um ídolo

Na primeira passagem pela Seleção, a aproximação de Rafael com o ídolo se tornou algo até natural. Nas conversas, o atleta destaque do São Paulo pôde confidenciar a admiração pelo goleiro tetracampeão mundial e, em especial, o desejo de contar com uma peça icônica: o par de luvas que marcou o estilo de Taffarel debaixo das traves.

“O que ninguém sabe é que eu externei para ele, quando eu cheguei lá, essa minha idolatria, o quanto que ele foi importante e o quanto que eu acompanhava o trabalho dele. E aí eu falei com ele que eu era apaixonado pela luva que ele usava na época, porque eu não tinha condições de ter luva e a luva que ele usava na Copa do Mundo era maravilhosa e uma das mais bonitas fizeram até hoje”, afirmou.

“E olha que legal, ele falou que o pessoal tinha feito algumas luvas para ele e tal, para relembrar desse modelo de luva, e acabou que ele me deu uma.”, acrescentou.

Surpreendido mais uma vez pelo ídolo, Rafael guardou o par de luvas autografado em sua casa, com todo cuidado possível. Afinal, esse é um símbolo daquele menino que um dia imaginou em ser goleiro vendo o ídolo na televisão e que, hoje, vive um sonho que poucos alcançam.

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Brenno Costa é jornalista multimídia formado pela Universidade Católica de Pernambuco e pós-graduado em comunicação e marketing pela Estácio. Atualmente, é correspondente da Itatiaia em São Paulo. Antes, trabalhou na Folha de Pernambuco, Diario de Pernambuco/Superesportes e no Globo Esporte.