Após a entrevista coletiva de Vinícius Júnior em que se emocionou ao falar do racismo que sofre ao jogar futebol na Espanha como jogador do
O Brasil enfrenta a Espanha nesta terça-feira (26), às 17h30 (de Brasília), no estádio Santiago Bernabéu, em Madri, em confronto que terá como tema o
"É um momento muito difícil e complicado para um garoto que praticamente inicia uma carreira e ser atacado como tem sido atacado nos últimos meses e, talvez, há anos. É uma covardia o que acontece”, disse Dorival Júnior.
“Me desculpem, mas não temos outra definição para o que acontece. Fato esse que também acontece diariamente no nosso país, do qual precisamos de um esforço coletivo de todos, que o Ministério Público atue de uma maneira mais presente e direta para que possa inibir e coibir toda e qualquer agressão nesse sentido”, continuou o treinador da Seleção Brasileira.
Dorival acredita que o tema do amistoso e as fortes declarações de Vinícius nesta segunda-feira não vão influenciar no andamento da partida desta terça-feira. O fato de o jogo acontecer no Santiago Bernabéu, casa do Real Madrid, pode ajudar a evitar que torcedores cometam atos racistas.
“Os jogadores se respeitam, muitos deles [da Espanha] jogam com Vinícius no Real Madrid. Viemos aqui para um compromisso esportivo”, disse o treinador.
O choro de Vini Jr.
“Estou cada vez mais triste. O que passo a cada jogo, a cada dia, não é fácil. E não sou só eu que passa por isso, são todos os negros na Espanha, e não só na Espanha, no mundo todo. O racismo verbal que eu sofro é o de menos perto do que todo negro sofre no mundo. De não conseguir entrar em um lugar, de ser perseguido porque acham que você vai roubar [racismo estrutural]. Meu pai sofreu isso, entre um branco e um negro para um emprego, o escolhido era o branco. Estou aqui lutando, tentando, não por mim. Se fosse só por mim eu já teria desistido, ficaria em casa que não tem agressão, ninguém me xinga”, disse Vinícius Júnior.
Nos últimos meses,
Na imprensa espanhola, muitos
“Eu estudo sempre sobre o assunto, sou jovem, tenho só 23 anos, tenho muito a evoluir. E esses jornalistas, que são mais velhos do que eu, deveriam estudar também. A impunidade é um problema. Nenhum clube é punido, ninguém é punido, nada acontece. Na Espanha o racismo não é crime. Cada vez estou mais triste, cada vez estou com menos vontade de jogar”, disse Vinícius Júnior, momento em que a coletiva precisou parar porque ele chorou bastante.
Ele reafirmou que apesar de tudo isso
