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Entenda por que jogos do Brasil nas Eliminatórias estão sem transmissão

Direitos dos confrontos da Seleção como visitante ainda não foram comprados; Peru definiu data, horário e estádio da partida em Lima, em setembro

Jogadores da Seleção Brasileira na derrota por 4 a 2 para o Senegal, em amistoso de junho

A Seleção Brasileira do técnico Fernando Diniz vai enfrentar o Peru no dia 12 de setembro, uma terça-feira, às 23h (de Brasília), pela segunda rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. E, por enquanto, esse jogo não terá transmissão com imagens ao vivo para o Brasil por qualquer emissora ou plataforma.

A Itatiaia apurou que a direção da Federação Peruana de Futebol (FPF) já enviou ao departamento de competições da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) detalhes do calendário dessa partida, incluindo o estádio escolhido: será no Nacional, com capacidade para 50 mil pessoas.

Antes o Brasil terá pela frente em casa, na estreia, a Bolívia. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) tem até o dia 31 de julho para enviar data, cidade e estádio escolhidos. O Mangueirão, em Belém, no Pará, é o favorito para receber o confronto no feriado de 7 de setembro, uma quinta-feira, a partir das 21h30 (de Brasília).

Os nove jogos do Brasil como mandante nas Eliminatórias foram comprados pelo Grupo Globo, para todas as plataformas (TVs aberta e fechada e streaming), mas os como visitante ainda não foram adquiridos por nenhuma empresa. Como o direito de transmissão pertence à federação anfitriã, os interessados têm que negociar com cada entidade filiada à Conmebol - são nove, além do Brasil.

A AFA (Associação de Futebol da Argentina) vende seus nove confrontos como mandante sozinha, como faz a CBF. Uruguai, Paraguai, Equador e Venezuela formaram um pool, intermediado pela agencia Mediapro, para vender seus jogos cem casa em conjunto, o que dá um pacote de 36 confrontos.

A Itatiaia apurou que o valor inicial pedido por esse pool é de US$ 18 milhões (R$ 85 milhões), considerado inviável por todas as companhias brasileiras que entraram em contato.

Peru, Colômbia, Chile e Bolívia, por enquanto, estão cada um por si para as negociações, ou seja, é preciso tratar diretamente com cada um deles. Nas Eliminatórias para o Mundial de 2022, no Catar, a Conmebol se “intrometeu” nessas negociações, que também estavam travadas, e houve uma venda em bloco. Não é impossível que isso se repita.

O formato das Eliminatórias se manteve por pontos corridos, todos contra todos, em 18 rodadas, contra a vontade da Conmebol. A entidade gostaria de um torneio mais curto, com até 12 rodadas no máximo, para abrir espaço no calendário para competições conjuntas com a Uefa (Europa) e a Concacaf (Américas do Norte, Central e Caribe).

Na votação, somente Brasil e Argentina estiveram com a confederação sul-americana. As outras oito quiseram manter o formato, e a explicação são justamente os direitos de transmissão: cada federação tem nove jogos em casa para vender por milhões de dólares (principalmente os contra brasileiros e argentinos).

A Copa do Mundo de 2026, que será disputada na América do Norte (EUA, México e Canadá compartilhando como anfitriões), terá pela primeira vez na história 48 participantes. As Eliminatórias da América do Sul classificarão seis seleções diretamente para o torneio, e a sétima jogará uma repescagem mundial.

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.