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São Paulo faz movimento semelhante ao do Palmeiras por reestruturação

Tricolor aprovou criação de fundo para reduzir dívidas, assim como o Verdão; porém, cada um conta com particularidades

São Paulo pretende se reestruturar financeiramente, assim como o Palmeiras fez

O São Paulo deu importante passo para se reestruturar financeiramente, com a criação do “Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios São Paulo Futebol Clube”, em movimento semelhante ao do rival Palmeiras no início da última década.

O Palmeiras iniciou o processo de contenção de gastos na gestão de Paulo Nobre, que começou em 2013. O ex-presidente liderou a abertura de dois fundos de investimento para redução das dívidas do clube, quando o time disputou a segunda Série B de sua história.

A diferença primordial é que Nobre investiu seu próprio dinheiro diretamente nos fundos, totalizando um empréstimo de aproximadamente R$ 146 milhões. Um foi quitado em 2017, e o outro no ano seguinte. A previsão era de zerar o maior fundo, de R$ 104,8 milhões, em 10 anos, mas o retorno aconteceu em apenas três.

A ideia do São Paulo não é ter empréstimo ou um investidor individual. Existe uma parceria com duas empresas de investimento (Galapagos Capital e OutField), que participaram da idealização do projeto, e investidores poderão aplicar em cotas do fundo. Recebíveis como verbas de direitos de transmissão, naming rights, patrocínios e outras fontes de renda serão usadas como garantias para os investidores.

Paulo Nobre, ex-presidente do Palmeiras

Austeridade fiscal de São Paulo e Palmeiras

A proposta tricolor para redução das dívidas prevê períodos de austeridade fiscal. Uma série de gatilhos presentes no projeto, aprovado com mais de 80% de votos favoráveis no Conselho Deliberativo, “forçam” a gestão a controlar os gastos para reduzir dívidas.

Alguns exemplos destes gatilhos são: teto de gastos para investimento no futebol, obrigatoriedade de superávit anual e redução de despesas com salários na administração do clube. A intenção é assegurar a disciplina financeira para tornar o clube saudável a longo prazo.

Paulo Nobre também aplicou uma política austera no Palmeiras. No primeiro mandato, por exemplo, a gestão produziu contrato de produtividade com jogadores e contratou atletas “modestos”. A equipe, inclusive, brigou contra o rebaixamento em 2014.

Na época, o Verdão chegou a perder protagonistas do time, tal como os atacantes Alan Kardec e Hernán Barcos. O primeiro rumou ao próprio São Paulo em 2014, com salário maior, e o segundo acertou com o Grêmio, que assumiu dívidas do Verdão com o argentino e ofereceu valorização financeira.

“Não adianta nada brigar pelo título e passar cinco, sete anos pagando a briga pelo título. A máquina precisa girar, mas se você faz atitude populista trazendo jogadores a qualquer custo... Você pode ganhar ou não, só que fatalmente essa conta vai ter de ser paga um dia. Tem de pensar na instituição, não só no seu governo”, disse Paulo Nobre, em entrevista concedida no ano de 2014.

Depois da reorganização, o Palmeiras ampliou suas fontes de receita e equilibrou a relação entre dívida e faturamento. Assim, conseguiu evoluir os resultados esportivos desde 2015.

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Rafael Oliva é formado em Jornalismo pela PUC-SP, pós-graduando em Marketing e Mídias Digitais pela FGV e produtor audiovisual. Passou por Lance! e Câmara Municipal de São Paulo. Já cobriu o dia a dia de Santos, Palmeiras e diversos eventos esportivos na cidade de São Paulo. Na Itatiaia, cobre Palmeiras, São Paulo e outros esportes na capital paulista.

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