Palco do clássico do próximo domingo (12), entre Santos e São Paulo, a Vila Belmiro foi a casa do tricolor na vitória diante do Red Bull Bragantino, na última quarta-feira (8), pelo Brasileirão. Na ocasião, o São Paulo obteve lucro de R$ 508,4 mil com a venda de ingressos, e agora já soma R$ 80,3 milhões em renda líquida de bilheteria ao longo da temporada.
Considerando somente os jogos do campeonato nacional, o clube lidera no quesito, com lucro de quase R$ 30 milhões.
Já em arrecadação bruta com bilheteria, no acumulado do ano, o tricolor já chega aos R$ 106,7 milhões, número que ultrapassa em quase R$ 40 milhões os R$ 67 milhões arrecadados em 2022, recorde na história do clube até então.
O principal jogo que contribuiu para a equipe chegar aos valores atuais foi a final da Copa do Brasil 2023 contra o Flamengo, quando também registrou o melhor resultado de sua história, ao somar R$ 24,5 milhões.
Uma das áreas do Morumbi que também contribui para esta arrecadação do São Paulo é o Camarote dos ídolos, inaugurado em 2021. O espaço já é responsável por R$ 6,6 milhões do total somado pelo clube com jogos em 2023, sendo R$ 1,8 milhão apenas durante a decisão do torneio nacional, valor que supera a bilheteria total de todos os setores do estádio em outras 12 partidas na temporada.
“O Camarote dos Ídolos é um ambiente criado para oferecer experiências únicas aos torcedores. Esses espaços têm caído nas graças do público e também são mais uma das estratégias de fornecer entretenimento aos fãs, com possibilidade de proporcionar novas fontes de receita aos clubes”, explica Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, empresa que gere o Camarote dos Ídolos.
Com o lema “torcida que conduz”, os apoiadores são paulinos também têm marcado boa presença em 2023, com média superior aos 44 mil por jogo. Nas principais partidas, a equipe registrou públicos recordes como os mais de 63 mil espectadores que assistiram à final da Copa do Brasil, maior número de torcedores presentes no Morumbi em oito anos. Já no Brasileirão, a média chega a quase 45 mil e é a segunda maior da competição, atrás apenas do Flamengo, com 56,5 mil.
Além do aumento da bilheteria e de públicos recordes, o São Paulo também registrou grande impulso em seu quadro de sócios, com mais de 25 mil novas adesões, e hoje mantém quase 60 mil. Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo e sócio-diretor da agência Wolff Sports, analisa a importância do programa de associados no faturamento anual das equipes e avalia possíveis caminhos para serem seguidos:
“É importante que as equipes tenham estratégias para que o resultado financeiro fora das quatro linhas não dependa da performance dentro do campo. Hoje, já percebemos que grande parte dos benefícios dos programas para sócios está ligada a vantagens para adquirir as entradas. E a fim de evitar flutuações de receita em caso de resultados negativos, é necessário desenvolver ações de interação e de experiências para os fãs”, afirma o executivo.
Para atrair cada vez mais torcedores ao Morumbi, o São Paulo também trabalha com outras melhorias e modernizações. Além de estudar a implementação de reconhecimento facial, o clube realizou em 2019, por exemplo, projeto em conjunto com a Imply Tecnologia para a instalação de dois telões com cerca de 155 metros quadrados, nas arquibancadas leste e oeste.
Com dois jogos em casa ainda restantes na temporada, contra o Cuiabá, na 35ª rodada, e diante do Flamengo, na 38ª rodada, o São Paulo ainda pode expandir os recordes de bilheteria registrados em 2023. Falta apenas R$ 1,3 milhão para que o tricolor dobre a meta de bilheteria do ano, de R$ 54 milhões, por exemplo. Já em bilheteria líquida, há projeções para alcançar números entre R$ 82 a 84 milhões, no acumulado da temporada.