O treinador do Barcelona, Xavi Hernández, defendeu que os jogos sejam interrompidos e as equipes abandonem o campo em casos de racismo e outros insultos a profissionais do futebol. As declarações foram dadas após mais um caso de insultos racistas contra o brasileiro Vini Jr, no domingo (21), durante a derrota do Real Madrid, por 1 a 0, contra o Valencia, pelo Campeonato Espanhol.
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“Temos que parar o jogo, acabar com isso. É uma questão educacional. Não importa qual escudo esteja em campo. É hora de acabar com isso. Houve um insulto? Não jogamos, vamos para casa. É um recado para La Liga ou para a Federação Espanhola. Temos que acabar com tudo isso”, disse o treinador, nesta segunda-feira (22).
O técnico catalão afirmou ainda que os reiterados ataques raciais contra Vinícius Júnior são um sinal de que a luta contra o racismo não está evoluindo na Espanha.
"É triste e lamentável que essas coisas aconteçam em 2023. É preciso condenar qualquer ato de racismo em qualquer estádio, contra qualquer jogador... não há escudos nesses casos. É sobre as pessoas. Temos que condenar qualquer ato de racismo como o de ontem (domingo) contra Vinícius. O Valencia está tentando identificar essas pessoas. Parece que não estamos avançando no tema, temos que ficar muito fortes para erradicar o racismo de uma vez por todas”, afirmou.
Apesar da mensagem forte, Xavi disse que não se pode afirmar que a Espanha ou o Campeonato Espanhol sejam racistas.
“Não acho que devemos chegar ao ponto de dizer que a Espanha é racista ou que La Liga é racista, mas houve atos de racismo, e as pessoas devem ser condenadas e educadas. Se estamos em um ambiente onde os insultos são permitidos, é difícil dar exemplo e evoluir. É o que acontece com Vinicius. Não importa a camisa, Vini é uma pessoa”, afirmou.
Xavi disse ainda que, além do racismo, é preciso acabar com a normalização dos insultos nos estádios de futebol.
“Além da questão do racismo, é o insulto, ninguém tem de aturar esse tipo de coisa. Em outros esportes isso acontece menos. Você tem que defender o profissional de futebol”, afirmou.