O Palmeiras
“Viemos jogar em um estádio mítico, com atmosfera incrível, grande energia. Disse aos jogadores que queria muito vir aqui, desfrutar do espetáculo. Jogo difícil, de Libertadores, sempre são difíceis. O Boca foi ligeiramente superior em casa, teve grande chance no segundo tempo que o Weverton salvou. Poderíamos ter sido mais agressivos no último terço, nas transições, mas é acreditar que nossos jogadores tenham calma, é nossa casa. Disse a eles que vão continuar a fazer história, e agora é nossa casa para decidir”, avaliou o português em entrevista coletiva.
Incômodo visível
Incomodado desde o início da entrevista coletiva, Abel Ferreira foi repetitivo em uma ideia central: do elenco estar entregando o melhor que pode com as peças que estão à disposição. Sem reforços em nenhuma das janelas de 2023, o técnico ainda perdeu um dos pilares do elenco, Dudu, por lesão de ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho direito, no início de setembro.
"É mais fácil como seu colega fez pegar um microfone e fazer perguntas do que jogar aqui dentro. Jogos difíceis e truncados. Queríamos vir aqui ganhar o jogo, não deu. Temos agora a vantagem que eles tinham. Decidir em casa, queríamos ser os vencedores da fase de grupos para ter a vantagem de decidir em casa. Vamos aproveitar, conhecemos bem os cantos de casa e queremos chegar no jogo decisivo”, projetou o técnico.
Sem Dudu, Abel escalou o Verdão em um 4-4-2, com Artur e Rony como dupla de atacantes. O treinador segue sem definir uma formação fixa inicial com a ausência do camisa 7.
“Queria ter mais opções, mas não temos. Dudu era um ponta que dava outra largura, não temos. Uma coisa podem ter certeza, hoje aqui jogaram os melhores jogadores que poderiam enfrentar o Boca. É o que poderíamos dizer”, seguiu.
“Pode me ajudar? Com as ideias? Quem joga na esquerda? Tenho muitas dúvidas, mas minha função é escolher. Acreditar no elenco que tenho, achar soluções quando temos jogadores lesionados. Potencializar moleques, como hoje jogaram Luis Guilherme, Fabinho. Vejam as médias de idades das equipes que jogaram essas semifinais. Minha função é olhar para o plantel e escolher as melhores opções para jogar. Acredito nos jogadores. Tenho certeza absoluta que se precisarmos de mudanças, faremos”, projetou o técnico português.
Quer fazer história
Irritado, Abel finalizou a entrevista desabafando. O técnico relembrou as conquistas do elenco até o momento, que já venceu Supercopa do Brasil e Paulista em 2023, foi eliminado da Copa do Brasil e segue perseguição ao líder Botafogo no Campeonato Brasileiro.
“Se eu adivinhasse o que acontece no final, eu faria as decisões antes. Não tenho varinha mágica. Sabe que perdemos um jogador desequilibrador. Estamos tentando dar o jeito de dar mais experiência (aos jovens). Tenho certeza que eles não esperavam que jogássemos como jogamos. As duas primeiras finalizações foram nossas. Meu dever é que eles entrem em campo com certeza do que fazer, e hoje era surpreender o adversário. Pegamos um bom resultado que nos permite classificar em casa. Queremos estar na próxima fase, seja nos 90 minutos ou nos pênaltis. Essa equipe nasceu para fazer história e já o fizemos. Se nunca fizeram, vamos fazer. Se nunca ganharam do Boca, vamos ganhar”, finalizou.
O duelo da volta está marcado para quinta-feira (5 de outubro), às 21h30 (de Brasília), no Allianz Parque, em São Paulo. Quem vencer, avança. Novo empate levaria a decisão para os pênaltis.