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Cria da várzea, Breno Lopes relembra infância e torcida por gigante mineiro

Natural do Bairro São Bernardo, em Belo Horizonte, o atacante Breno Lopes não viu seu destino se cruzar com Minas Gerais durante a carreira profissional, mas relembrou os primeiros passos na várzea.

Breno Lopes revela torcida na infância pelo Atlético, e relembra passagem por base do Cruzeiro

Natural do Bairro São Bernardo, em Belo Horizonte, o atacante Breno Lopes não viu seu destino se cruzar com Minas Gerais durante a carreira profissional, mas relembrou os primeiros passos na várzea, além de passagens pela base do Cruzeiro e negociação que quase sacramentou ida do atacante ao time de infância, o Atlético. Herói da Libertadores de 2020, o atacante é xodó de Abel Ferreira.

Em entrevista exclusiva à Itatiaia, o atacante retomou as origens e buscou, lá atrás, os primeiros passos no futebol. Hoje aos 27 anos, Breno conta da relação com a várzea em comunidade simples que vivia no Bairro São Bernardo, os primeiros passos na escolinha do Cruzeiro, além da torcida pelo Atlético na infância, seguindo o gosto familiar.

“Então, comecei no futebol com nove, dez anos. Lá onde eu morava, no Parque São Bernardo, tinha um campo no final da rua. Ali eu brincava com meus amigos, tínhamos um time lá, com o professor Dalvan. As pessoas notavam que eu tinha talento ali. Surgiu a possibilidade de eu fazer um teste na escolinha do Cruzeiro. Foi ali onde tudo começou. Fiz o teste, fui aprovado, e comecei minha trajetória no futebol”, revelou o atacante em conversa com a Itatiaia.

Herói de uma libertadores pelo Palmeiras, com gol do título marcado em cima do rival Santos, no Maracanã, Breno tem o nome selado em toda história palestrina. Xodó do técnico Abel Ferreira, o atacante quase teve seu destino cruzado com Minas Gerais novamente.

“Então, quando eu estava no Juventude mesmo, em 2020, na Série B, surgiu a possibilidade de ir ao Atlético por empréstimo, mas o clube não quis emprestar, bateram o pé e disseram que só iam vender. Com certeza fiquei muito feliz, é o clube que torcia na infância, meus familiares, seria um enorme prazer. Tenho carinho e gosto por ter sido torcedor na infância. A vida traçou outros planos, outros sonhos e acabei vindo para o Palmeiras. Minha estrela brilhou, consegui construir uma história desde a primeira temporada com aquele gol na Libertadores (risos), e estou aqui hoje muito feliz jogando em um clube como o Verdão”, comemorou o mineiro.

Confira mais respostas da entrevista com Breno Lopes

Cara, queria começar lá bem do começo mesmo, falando sobre sua infância em Minas Gerais, sobre os caminhos da vida de amigos seus, como era sua realidade, como encontrou o futebol como meio de vida?

“Então, comecei no futebol com nove, dez anos. Lá onde eu morava, no Parque São Bernardo, tinha um campo no final da rua. Ali eu brincava com meus amigos, tínhamos um time lá, com o professor Dalvan. As pessoas notavam que eu tinha talento ali. Surgiu a possibilidade de eu fazer um teste na escolinha do Cruzeiro. Foi ali onde tudo começou. Fiz o teste, fui aprovado, e comecei minha trajetória no futebol”.

“Minha infância era isso. A gente vivia jogando bola, soltando pipa com meus amigos. Era nossa alegria. Até para sair dos caminhos perdidos, a gente sabe que quem nasce em comunidade não tem muita opção. Infelizmente alguns amigos meus tomaram outros caminhos. Graças a Deus e por gostar muito do futebol, não tive tempo de fazer as coisas erradas. Meus pais trabalharam para dar o melhor pra gente. Foi uma infância muito feliz, e graças ao futebol consegui dar o melhor para meus irmãos e meus familiares”.

Você tem um passado de formação na várzea. Hoje vendo como tem crescido e se profissionalizado a várzea, é algo que mexe contigo? Tem algum interesse de ajudar nesse processo um dia, por exemplo?

“Eu tive uma passagem rápida na base. Acabei sendo dispensado das categorias de base do Cruzeiro, com 15, 16 anos. As portas se fecharam para mim aí eu recorri ao futebol de várzea, até para arrecadar uma graninha para ajudar em casa. Foi um período curto, joguei pelo São Bernardo, pelo Campo Verde, clubes do meu bairro mesmo. No meu último ano, com 17, fiz um campeonato bom, fui campeão e chamei atenção no Rio Grande do Sul, no São José. Fui e comecei minha trajetória de volta no profissional. Voltei a sonhar de novo”.

Antes de chegar ao Palmeiras em 2020, fazer o gol que fez que o colocou na história, existiram conversas com o Atlético. Existe alguma vontade de um dia atuar por um mineiro, ou até quem sabe no pós-carreira trabalhar em clubes mineiros?

“Então, quando eu estava no Juventude mesmo, em 2020, na Série B, surgiu a possibilidade de ir ao Atlético por empréstimo, mas o clube não quis emprestar, bateram o pé e disseram que só iam vender. Com certeza fiquei muito feliz, é o clube que torcia na infância, meus familiares, seria um enorme prazer. Tenho carinho e gosto por ter sido torcedor na infância. A vida traçou outros planos, outros sonhos e acabei vindo para o Palmeiras. Minha estrela brilhou, consegui construir uma história desde a primeira temporada com aquele gol na Libertadores (risos), e estou aqui hoje muito feliz jogando em um clube como o Verdão”.

“Tenho o sonho de ajudar futuramente as crianças que também sonham em ser jogador de futebol, mas não têm oportunidade. Eu já fui muito ajudado, então jovens com talento na periferia, comunidades como eu saí, que não tem essa oportunidade, eu gostaria de ajudar. Ficaria feliz de trabalhar nesse ramo, como olheiro, de dar essa chance, todos merecem na vida”

Sente falta de não ter construído história em um mineiro antes de crescer na carreira como cresceu?

“Cara, a gente sonha, mas Deus tem outros planos para nós. Hoje minha família não reside mais em Belo Horizonte. Moram em Santa Catarina, tenho uma filha lá. Não sinto falta não, as coisas acontecem como têm que acontecer. Sou muito feliz de ter começado minha carreira no Sul e hoje minha família toda lá, não tenho do que reclamar”

Jornalista fascinado por futebol de base e análise de desempenho. Faz a cobertura de São Paulo e Palmeiras na Itatiaia após passagens por ESPN, Globoesporte.com e Band.