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Campeão com Liverpool, Alisson revela apoio de Ancelotti e Guardiola após perda do pai

Goleiro da Seleção Brasileira deu depoimento emocionante à The Player’s Tribune

Alisson em treino do Liverpool

Bicampeão inglês com o Liverpool no último domingo (27), o goleiro Alisson Becker deu um depoimento emocionante no site The Player’s Tribune, que foi publicado nessa terça-feira (29). O arqueiro da Seleção Brasileira relembrou um momento difícil, quando perdeu seu pai em fevereiro de 2021, e recebeu apoio de dois técnicos rivais: Carlo Ancelotti, do Real Madrid, e Pep Guardiola, do Manchester City.

Alisson não pôde comparecer ao funeral do seu pai por conta das restrições da Covid-19. Porém, o goleiro contou com a solidariedade dos compatriotas que atuavam com ele no Liverpool na época, Roberto Firmino, Fabinho e Thiago Alcântara. Alisson também contou que recebeu flores de Virgil Van Dijk, do Andy Robertson, que assim como o arqueiro, segue atuando nos Reds.

“Todos nos enviaram flores, manifestando seus sentimentos. E não apenas dos meus companheiros de equipe, mas também de Pep Guardiola e Carlo Ancelotti, que me enviaram cartas de condolências. Isso realmente tocou meu coração. A cada 10 minutos, havia outra batida na nossa porta, com um entregador segurando flores. Foi um lembrete de que até seus maiores rivais reconhecem o ser humano debaixo do uniforme”, contou Alisson.

Outro apoio citado por Alisson foi o do então técnico do Liverpool, Jürgen Klopp. O alemão também perdeu seu pai em idade parecida que o brasileiro.

“Nunca vou esquecer, Klopp me ligou, e eu estava me sentindo muito culpado por perder o treino, porque estávamos fora das quatro primeiras colocações, e precisávamos de todos os pontos possíveis. Mas Klopp me disse para levar o tempo que precisasse”, completou.

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Gol histórico de Alisson

Um dos momentos mais marcantes da história recente do Liverpool foi quando Alisson, três meses depois de perder o pai, marcou o gol da vitória sobre o West Bromwich pela 36ª rodada da Premier League. Becker deixou sua área numa cobrança de escanteio e se aventurou como atacante aos 49 minutos do segundo tempo.

“O que sei é que em seguida a bola está vindo na minha direção. Eu viro minha cabeça e caio no chão. Então estou cercado por um calor. Essa é a única maneira que posso descrever. Todos estão me abraçando. Thiago está me abraçando e chorando. Firmino está me abraçando, chorando e rindo ao mesmo tempo. Salah está comemorando como uma criança, pulando em cima de mim. Nunca o vi tão feliz depois que outro companheiro marcou um gol”, relembrou.

Após a comemoração, Alisson homenageou o pai, apontando para o céu e relembrando de José Agostinho Becker.

“Foi ainda mais especial porque estávamos jogando com os estádios vazios, sem o grito da torcida. Lembro que olhei para o céu e era um daqueles dias cinzentos e chuvosos na Inglaterra. Mas para mim, o céu estava cheio de luz. Eu disse: ‘Pai…. pai….. É para ti, pai’”, contou Alisson.

Rômulo Giacomin é repórter multimídia da Itatiaia. Formado pela UFOP, tem experiência como repórter de cidades da Região dos Inconfidentes, e, na cobertura esportiva, passou por Esporte News Mundo, Estado de Minas, Premier League Brasil e Trivela.