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Conquista imortal: a campanha do Grêmio na Libertadores 1983

Veja a trajetória vitoriosa do tricolor gaúcho de forma detalhada

Equipe do Grêmio campeã da Libertadores em 1983

O Grêmio ocupa um lugar especial na história da Copa Libertadores. Em 1983, o clube gaúcho conquistou o primeiro dos três títulos da competição continental.

Recuperando os fatos históricos da campanha gremista naquela edição, a Itatiaia analisou o percurso, os jogos decisivos e o impacto desse título para o Tricolor.

O contexto da Libertadores 1983

A Libertadores 1983 reuniu os campeões e vice-campeões nacionais do continente. O Grêmio entrou na competição como segundo colocado do Brasileiro de 1982. O regulamento previa uma fase de grupos ‘regionalizada’, seguida por fases semifinais e a grande final.

O tricolor gaúcho foi alocado no Grupo 2, ao lado de adversários tradicionais e equipes de altitude: Flamengo, atual campeão brasileiro e vencedor da Libertadores de 1981, e os bolivianos Blooming e Bolívar.

Grêmio na fase de grupos

A campanha gremista na fase inicial foi sólida, demonstrando a força do elenco montado pelo técnico Valdir Espinosa. O time conseguiu resultados importantes fora de casa e impôs seu mando de campo no Estádio Olímpico Monumental.

A classificação veio após uma disputa acirrada, superando o forte time do Flamengo em pleno Maracanã e os dois jogos na altitude boliviana.

  • Grêmio 1x1 Flamengo (04/03/1983) - Estádio Olímpico, Porto Alegre
  • Blooming 0x2 Grêmio (22/03/1983) - Estádio Ramón Tahuichi Aguilera, Santa Cruz de la Sierra
  • Bolívar 1x2 Grêmio (25/03/1983) - Estádio Hernando Siles, La Paz
  • Grêmio 2x0 Blooming (26/04/1983) - Estádio Olímpico, Porto Alegre
  • Grêmio 3x1 Bolívar (31/05/1983) - Estádio Olímpico, Porto Alegre
  • Flamengo 1x3 Grêmio (05/06/1983) - Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro

Fases decisivas: semifinal e a final contra o Peñarol

Classificado para a fase semifinal, o Grêmio caiu em um triangular perigoso, ao lado de Estudiantes de La Plata, da Argentina, e América de Cali, da Colômbia. Novamente, a equipe demonstrou consistência e poder de decisão, garantindo a vaga na final continental pela primeira vez em sua história.

Os jogos foram marcados pela intensidade e equilíbrio técnico. O Tricolor terminou o quadrangular em primeiro lugar com cinco pontos.

  • Grêmio 2x1 Estudiantes (21/06/1983) - Estádio Olímpico, Porto Alegre
  • América de Cali 1x0 Grêmio (24/06/1983) - Estádio Pascual Guerrero, Cali
  • Grêmio 2x1 América de Cali (06/07/1983) - Estádio Olímpico, Porto Alegre
  • Estudiantes 3x3 Grêmio (08/07/1983) - Estádio Jorge Luis Hirchi, La Plata

A grande final foi disputada contra o Peñarol, do Uruguai, então atual campeão da Libertadores e uma potência histórica na competição. O confronto prometia ser um duelo de gigantes.

Jogo de Ida: Realizado no Estádio Centenário, em Montevidéu, terminou empatado em 1 a 1. Tita marcou para o Grêmio, enquanto Morena fez para os uruguaios.

Jogo de Volta: Disputado em 28 de julho de 1983, no Estádio Olímpico lotado, em Porto Alegre. O Grêmio precisava da vitória para levantar a taça. Caio abriu o placar para o tricolor logo no início. O Peñarol empatou com Morena, aumentando a tensão. Nos minutos finais, o atacante César marcou o gol do título, selando a vitória por 2 a 1 e a conquista inédita para o clube.

  • Peñarol 1x1 Grêmio (22/07/1983) - Estádio Centenário, Montevidéu
  • Grêmio 2x1 Peñarol (28/07/1983) - Estádio Olímpico, Porto Alegre

A campanha foi marcada pela força defensiva, liderada pelo goleiro Mazaropi e pelo zagueiro uruguaio Hugo De León. Também pela eficiência ofensiva, com jogadores como Osvaldo, Tita e o jovem Renato Gaúcho.

O legado da conquista de 1983

O título da Libertadores de 1983 foi um marco fundamental na história do Grêmio. Além de ser a primeira conquista continental do clube, ela abriu caminho para a disputa e vitória no Mundial Interclubes daquele ano, contra o Hamburgo, da Alemanha.

A campanha consolidou o Grêmio como uma força no futebol sul-americano e mundial. Alguns dos principais nomes daquela conquista incluem:

  • Valdir Espinosa: O técnico que montou e comandou a equipe vitoriosa.
  • Mazaropi: Goleiro seguro, fundamental em momentos decisivos.
  • Hugo De León: Zagueiro e capitão, símbolo de liderança e raça.
  • Baidek: Companheiro de De León na zaga.
  • Paulo Roberto: Lateral consistente.
  • China: Volante de marcação incansável.
  • Osvaldo: Meia de grande qualidade técnica.
  • Tita: Meia-atacante habilidoso e artilheiro na campanha.
  • Renato Gaúcho: Jovem atacante que se tornaria um dos maiores ídolos do clube.
  • Caio: Autor do primeiro gol na finalíssima.
  • César: Herói improvável, autor do gol do título.

A campanha do Grêmio na Copa Libertadores de 1983 é lembrada pela superação, pela qualidade do elenco e pela forma como o time enfrentou adversários tradicionais e desafios logísticos.

A conquista não apenas enriqueceu a galeria de troféus do clube, mas também fortaleceu a identidade “Imortal Tricolor”, representando um espírito de luta e perseverança que marcou gerações de torcedores.

A trajetória do Grêmio na competição permanece como um capítulo dourado no futebol brasileiro e sul-americano. A superação na fase de grupos, a classificação nas semifinais e a vitória épica sobre o Peñarol na final consolidaram o time de Valdir Espinosa na história.

Figuras como De León, Tita e Renato tornaram-se ícones, e a conquista estabeleceu um novo patamar para o clube no cenário internacional, sendo um feito referencial até os dias atuais.

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Nikolas Mondadori é formado em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduando em análise do discurso midiático. Trabalha como correspondente do Itatiaia Esporte do Sul do Brasil. Passou por Rádio Gaúcha, jornal Zero Hora e portal GZH.