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A campanha do Grêmio na Copa Libertadores de 1995: análise completa

Veja detalhes da trajetória vitoriosa do Tricolor no bicampeonato da América

Equipe do Grêmio no título da Libertadores

O Grêmio foi bicampeão da Copa Libertadores em 1995, completando mais um capítulo dourado em sua história. A conquista solidificou o clube gaúcho como uma potência no cenário internacional.

Recuperando os fatos históricos da campanha gremista naquela edição, a Itatiaia analisou o percurso, os jogos decisivos e o impacto desse título sob o comando de Luiz Felipe Scolari, o Felipão, para o Tricolor.

O contexto da Libertadores 1995

O Grêmio chegou à Libertadores de 1995 credenciado pelo título da Copa do Brasil de 1994. com Felipão no comando, o time passava por uma reconstrução após alguns anos de menor destaque.

A filosofia de trabalho de Scolari, focada na disciplina tática, na força defensiva e na intensidade, moldou uma equipe competitiva e com forte identidade.

A base do time já contava com jogadores importantes como o goleiro Danrlei, os volantes Dinho e Goiano, e o zagueiro Adilson Batista. Para a disputa da Libertadores, a direção trouxe reforços pontuais que se encaixaram perfeitamente no esquema:

  • Francisco Arce: Lateral-direito paraguaio, exímio cobrador de faltas e cruzamentos.
  • Paulo Nunes: Atacante veloz e habilidoso, fundamental na criação e finalização.
  • Jardel: Centroavante com faro de gol apurado, tornou-se o artilheiro da competição.
  • Alexandre Gaúcho: Meio-campista que agregou qualidade ao setor.

A mescla de jogadores experientes com jovens talentos, aliada à liderança de Felipão, criou um ambiente propício para buscar o título continental, repetindo o feito de 1983.

A trajetória do Grêmio fase a fase na Libertadores 1995

A campanha do Grêmio na Copa Libertadores de 1995 foi desafiadora desde o início, com o clube superando adversários tradicionais e jogos de alta tensão.

Fase de Grupos

O Grêmio estava no Grupo 4, ao lado de Palmeiras, Emelec-EQU e El Nacional-EQU. A estreia foi fora de casa contra os paulistas, com derrota por 3 a 2.

No entanto, o time se recuperou e garantiu a classificação em segundo lugar, atrás do Palmeiras, somando 11 pontos (3 vitórias, 2 empates, 1 derrota).

  • Palmeiras 3x2 Grêmio (21/02/1995) - Estádio Palestra Itália, São Paulo
  • Emelec 2x2 Grêmio (14/03/1995) - Estádio George Capwell, Guayaquil
  • El Nacional 1x2 Grêmio (17/03/1995) - Estádio Atahualpa, em Quito
  • Grêmio 0x0 Palmeiras (22/03/1995) - Estádio Olímpico, Porto Alegre
  • Grêmio 4x1 Emelec (31/03/1995) - Estádio Olímpico, Porto Alegre
  • Grêmio 2x0 El Nacional (07/04/1995) - Estádio Olímpico, Porto Alegre

Oitavas de Final

O adversário foi o tradicional Olimpia, do Paraguai. O Grêmio venceu o jogo de ida em Assunção por 3 a 0, com grande atuação, e confirmou a vaga com uma vitória por 2 a 0 no Estádio Olímpico Monumental.

  • Olimpia 0x3 Grêmio (25/04/1995) - Estádio Defensores del Chaco, Assunção
  • Grêmio 2x0 Olimpia (03/05/1995) - Estádio Olímpico, Porto Alegre

Quartas de Final épica entre Grêmio e Palmeiras

Um confronto épico novamente contra o Palmeiras. Uma goleada por 5 a 0 para o Grêmio na ida praticamente definiu a classificação. Porém, os treinados de Felipão não contavam com o susto no duelo de volta: 5 a 1 para o Verdão. Mesmo assim, o Tricolor que passou de fase.

  • Grêmio 5x0 Palmeiras (26/07/1995) - Estádio Olímpico, Porto Alegre
  • Palmeiras 5x1 Grêmio (01/08/1995) - Estádio Palestra Itália, São Paulo

Semifinal contra o Emelec

O adversário foi novamente um reencontro do grupo na primeira fase, o Emelec, do Equador. O primeiro jogo, em Guayaquil, terminou empatado em 0 a 0. Na volta, em Porto Alegre, o Grêmio venceu por 2 a 0, com gols de Paulo Nunes e Jardel, carimbando o passaporte para a grande final.

  • Emelec 0x0 Grêmio (09/08/1995) - Estádio George Capwell, Guayaquil
  • Grêmio 2x0 Emelec (16/08/1995) - Estádio Olímpico, Porto Alegre

Final e título do Grêmio contra o Atlético Nacional

A decisão foi contra o Atlético Nacional, da Colômbia. O Grêmio fez valer o mando de campo no jogo de ida e venceu por 3 a 1 no Olímpico, com gols de Marulanda (contra), Jardel e Paulo Nunes.

Na partida de volta, no Estádio Atanasio Girardot, em Medellín, a equipe gaúcha soube controlar a pressão adversária. Apesar do gol de Aristizábal para os colombianos, o Grêmio segurou o empate em 1 a 1 com gol de Dinho, de pênalti, conquistando o bicampeonato da América.

Grêmio 3x1 Atlético Nacional (23/08/1995) - Estádio Olímpico, Porto Alegre
Atlético Nacional 1x1 Grêmio (30/08/1995) - Estádio Atanasio Girardot, em Medellín.

Destaques individuais e o legado da conquista

A campanha do Grêmio na Copa Libertadores de 1995 foi marcada não apenas pela força coletiva, mas também pelo brilho individual de seus jogadores e comando técnico.

  • Luiz Felipe Scolari (Felipão): O treinador foi o grande arquiteto da conquista, implementando um sistema de jogo sólido e extraindo o máximo de cada atleta. Sua liderança foi fundamental nos momentos decisivos.
  • Jardel: Artilheiro da competição com 12 gols, foi a principal referência ofensiva do time, decisivo em várias partidas, incluindo a final.
  • Paulo Nunes: Formou uma dupla de ataque letal com Jardel, contribuindo com gols importantes, velocidade e dribles.
  • Danrlei: O goleiro teve atuações seguras e decisivas ao longo do torneio, transmitindo confiança à defesa.
  • Arce: O lateral paraguaio destacou-se pela precisão nas bolas paradas e pela qualidade no apoio ao ataque.
  • Dinho e Adilson Batista: Pilares defensivos e líderes em campo, simbolizavam a raça e a entrega da equipe.

O título da Libertadores de 1995 não apenas recolocou o Grêmio no topo do futebol sul-americano, mas também consolidou uma geração de jogadores na história do clube e projetou Felipão como um dos grandes técnicos do Brasil.

A conquista deu ao Grêmio o direito de disputar o Mundial Interclubes contra o Ajax, da Holanda, onde acabou derrotado nos pênaltis, mas a campanha na Libertadores permanece como um dos maiores feitos do Tricolor Gaúcho.

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Nikolas Mondadori é formado em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduando em análise do discurso midiático. Trabalha como correspondente do Itatiaia Esporte do Sul do Brasil. Passou por Rádio Gaúcha, jornal Zero Hora e portal GZH.