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Jogador do Botafogo-SP afirma ter sido alvo de xenofobia em jogo contra o Coritiba

Édson, zagueiro da equipe paulista, se envolveu em confusão com Zeca durante jogo da Série B, na última sexta-feira (3)

Édson deixa o gramado do Couto Pereira após ter sido expulso

Édson, jogador do Botafogo-SP, afirmou ter sido alvo de ofensas xenofóbicas por parte de Zeca, lateral do Coritiba. As equipes se enfrentaram na última sexta-feira (3), em jogo marcado por uma confusão entre os jogadores.

Na partida, disputada no Couto Pereira, Édson recebeu cartão vermelho por uma cotovelada em Gustavo Coutinho, atacante do Coxa. Em um momento de descontrole, o jogador do Pantera não aceitou bem a situação e deu um tapa no rosto de Zeca.

De acordo com o zagueiro, ele foi chamado de “nordestino de merda” e “passa fome” pelo lateral do time alviverde. Ele explicou que a agressão aconteceu em um momento de cabeça quente, “em defesa de sua honra”. Édson ainda publicou que registrou um boletim de ocorrência contra Zeca.

O Coritiba derrotou o Botafogo-SP por 2 a 0 e reassumiu a liderança da Série B, com 53 pontos. O time paulista, por sua vez, segue lutando contra o rebaixamento, em 18º, com 29 pontos.

Veja o comunicado de Édson na íntegra:

“Na última sexta-feira (3), durante a partida contra o Coritiba pelo Campeonato Brasileiro, fui alvo de ofensas graves e inaceitáveis por parte do atleta Zeca, que me chamou, dentre outros termos, de “nordestino de merda” e “passa fome”.

Provocar e tentar desconcentrar o adversário dentro de campo é natural e todos nós sabemos que faz parte do jogo, mas essa fala ultrapassa todos os limites toleráveis e se torna um crime.

Eu nasci em Touros, no Rio Grande do Norte, tenho muito orgulho das minhas origens, do meu Nordeste e jamais vou permitir que qualquer pessoa tente diminuir a mim, meu povo, minha região e nossa cultura.

Futebol é um esporte que tem a rivalidade como característica, mas esse jogo mental jamais pode ser confundido com autorização para preconceito ou discriminação.

É importante eu falar também que eu fui expulso por outro lance, de jogo, e de forma justa. Sabendo que já estava fora da partida, acabei reagindo de cabeça quente às ofensas inacreditáveis que vinha sofrendo, tanto que é possível ver que, quando o juiz confirma minha expulsão, eu vou direto no Zeca para defender a minha honra. Não me orgulho da minha reação, mas ali, no calor do momento, foi a única forma que vi de me defender diante de falas tão desrespeitosas, absurdas mesmo.

Ontem, já mais tranquilo, tomei as medidas cabíveis para registrar um boletim de ocorrência sobre o caso, pois acredito que atitudes assim não podem ser normalizadas.

Hoje, vendo tudo tomar a proporção que tomou, decidi vir a público para que todos saibam a história completa. Espero que os órgãos competentes apurem o ocorrido e que situações desse tipo não se repitam nunca mais.”

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Mineiro, Daniel Costa é jornalista formado pela Universidade FUMEC (BH). Apaixonado por esporte e comunicação, atuou como cronista e repórter esportivo em veículos como Doentes Por Futebol, Deus me Dibre, Esporte News Mundo e Brasileirão. Hoje, colabora com o Itatiaia Esporte.