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Victor afirmou que a saída foi uma escolha pessoal motivada pela necessidade de pausa após décadas no futebol. “Foi uma escolha, uma decisão. Não é uma decisão fácil, por toda a história, o envolvimento, por todo o vínculo que se criou. São 30 anos praticamente dentro do futebol. O corpo, a cabeça e a família pedem uma pausa para descansar e traçar novas rotas”, declarou.
O ex-diretor destacou o sentimento ao finalizar o ciclo e citou evolução em relação ao momento em que chegou ao clube. “Saio com o sentimento de gratidão, de orgulho, sabendo que saio numa situação muito melhor do que quando pisei aqui em 2012. É um privilégio fazer parte dessa história e ter uma ligação tão forte”, afirmou.
Período difícil
Victor também comentou o período recente da equipe, marcado pela ausência de títulos importantes, mas reforçou sua visão sobre gestão. “Sei que, nesses dois últimos anos, o torcedor saiu um pouco machucado, principalmente por não termos conquistado decisões. Mas sucesso não é só resultado, é trabalho. Liderança não é só comandar, é servir”, disse.
Ele ressaltou o ambiente interno e a relação construída com funcionários e atletas no CT: “Um legado que levo é ter construído muitas amizades. Dentro do Atlético temos muita gente competente, e o ambiente leve é fundamental.”
Recado à torcida
No discurso, o ex-goleiro agradeceu dirigentes, jogadores e profissionais do clube. Também reconheceu o apoio vindo da arquibancada e mandou um recado aos torcedores.
“Principalmente à Massa atleticana, que nesses quatro anos de clube sempre esteve ao meu lado, me apoiou e demonstrou respeito e carinho pela minha pessoa. Saio com sentimento de gratidão e orgulho por fazer parte dessa história. Peço à Massa que demonstre sempre que possível seu orgulho de torcer por essa instituição”, afirmou.
Victor encerrou garantindo que mantém a relação com o Atlético e deixou aberta a possibilidade de retorno no futuro. “Até breve. Tenho certeza que o Atlético sempre será a minha casa. Saio de cabeça erguida e leve por saber que as portas estão abertas e que deixei um legado importante”, finalizou.
Leia o discurso de Victor, na íntegra
"É difícil dizer qualquer coisa em um momento desse. Tanta emoção depois de um longo ciclo. Quase 14 anos vivendo intensamente o dia a dia do clube. Mas [vou] colocar que foi uma escolha, uma decisão. Não é uma decisão fácil, por toda a história, o envolvimento, por todo o vínculo que se criou durante esse período que vivi aqui dentro. São 30 anos praticamente dentro do futebol.
O corpo, a cabeça e a família pedem uma pausa para poder descansar um pouco e também traçar novas rotas. Saio daqui com o sentimento de gratidão, de orgulho, sabendo que saio numa situação muito melhor do que quando pisei aqui em 2012. Para mim, é um privilégio fazer parte dessa história, desse clube, de ter uma ligação tão forte.
Muitos atletas constroem uma carreira sólida, um patrimônio, mas é privilégio para poucos ter uma história tão bonita e apaixonada como a minha aqui com o Atlético.
Sei que, nesses dois últimos anos, o torcedor saiu um pouco machucado. Principalmente por não termos conquistado decisões importantes que participamos, mas chegamos. Futebol e a vida não se resumem a sucesso desportivo e de conquistas. Sucesso também é saber que, dentro desse ciclo que encerro hoje, deixei um legado.
Entendo que, enquanto gestor e líder de um departamento, sucesso não é resultado, é trabalho. Sempre entendi que liderança não é só comandar, dar ordens, apontar. É você dar o caminho, é servir. A posição de um líder é uma posição de serviço. Ouvir as pessoas. E foi sempre o que procurei fazer. Nesses últimos dias, o que mais ouvi foi as pessoas agradecendo por isso.
Pelo respeito, pela atenção, pelo carinho, pela transparência, pela parceria, amizade. Alguns até com certo receio de abordar, porque tenho uma história como atleta, como ídolo do clube. Valorizo demais isso, mas acima de tudo me coloco como uma pessoa qualquer ao lado dos demais. Porque para mim são amigos de trabalho, e um legado que levo é ter construído muitas amizades.
Dentro do Atlético temos muita gente competente, mas o que mais me chama a atenção é a qualidade humana das pessoas que aqui trabalham. Não vivia aqui diretamente dentro da sede, mas sei da qualidade. Dentro do CT, que era meu habitat, era um ambiente de trabalho muito bom, muito leve. Isso é muito importante. Talvez não ganhe títulos, mas em algum momento pode fazer você perder se você não tiver um bom ambiente.
Isso é sucesso também. Você receber tanto carinho, tantas mensagens de gratidão, inclusive dos colegas de vocês que aqui estão, que por vezes criticam. E faz parte do contexto. E sempre com lealdade. Mas muitas manifestações de carinho. Deixo o meu agradecimento a Rafael, Paulo, ao presidente, que me deram oportunidade, acreditaram no meu trabalho, e a todos os membros da diretoria presentes.
Ao próprio Rodrigo Caetano também, que hoje é diretor da Seleção. Me ajudou muito e me preparou para assumir esse desafio. Agradeço aos atletas, que foram extremamente profissionais, compreensivos quando precisaram ser, ao pessoal do CT, que sempre me tratou como carinho.
E principalmente à Massa atleticana, que nesses quatro anos de clube sempre esteve ao meu lado, me apoiou e demonstrou respeito e carinho pela minha pessoa. Saio com sentimento de gratidão e orgulho por fazer parte dessa história. Peço à Massa que demonstre sempre que possível seu orgulho de torcer por essa instituição.
Existe muito trabalho, intencionalidade, organização e objetivo de, a cada ano, de formar equipes cada vez mais vitoriosas, competitivas, que realmente representem o que é ser atleticano dentro de campo. Até breve, e tenho certeza que o Atlético sempre será a minha casa. Saio de cabeça erguida, leve por saber que as portas estão abertas e que deixei um legado importante nessa instituição.”