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Perícia define valor de indenização milionária da CBF para clube do Nordeste

Disputa judicial dura mais de dez anos e está próxima de desfecho

Torcida do Icasa nas arquibancadas da Arena Romeirão, em Juazeiro do Norte

A longa disputa judicial entre Icasa-CE e Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pode estar chegando ao fim após mais de uma década. Um laudo pericial emitido nesta semana apontou que a entidade deve pagar ao clube uma indenização no valor de R$ 75 milhões por erro cometido em 2013. A informação é do Jornal O Povo.

A ação teve início após a Série B do Campeonato Brasileiro daquele ano, quando o Icasa terminou a competição em 5º lugar, com apenas um ponto a menos que o Figueirense, último classificado para o acesso à elite.

O clube cearense contestou o resultado após descobrir que o meia Luan Nidezielski, do Figueirense, havia sido escalado de forma irregular em partida contra o América. O jogador deveria cumprir suspensão automática, mas entrou em campo normalmente.

O Icasa ingressou na Justiça Desportiva pedindo a perda de pontos do time catarinense, o que lhe garantiria a vaga na elite em 2014. Apesar de a própria CBF ter reconhecido o erro posteriormente, o processo acabou arquivado por prescrição.

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Em 2018, no entanto, a Justiça Comum reconheceu o direito do Icasa a receber indenização pelo prejuízo esportivo e financeiro causado pela falha da entidade. Desde então, a CBF recorreu em diferentes instâncias, mas o caso avançou para uma fase final.

O laudo pericial recente reforçou o entendimento favorável ao clube cearense e determinou o pagamento dos R$ 75 milhões. A CBF ainda será notificada oficialmente e pode contestar a decisão, o que pode prolongar o processo por mais algum tempo.

Caso o valor seja efetivamente recebido, cerca de R$ 22,5 milhões (30% do total) serão destinados ao pagamento de honorários advocatícios. O restante deve ser utilizado para quitar dívidas trabalhistas e tentar reestruturar o clube.

Com dificuldades financeiras desde 2014, o Icasa vê na indenização uma oportunidade de equilibrar suas contas e tentar traçar novos rumos no cenário esportivo. No início deste ano, o clube disputou a Série B do Campeonato Cearense, mas não conseguiu o acesso.

Lincoln Oriaj é correspondente da Itatiaia em Salvador e cobre o futebol do Nordeste. Além de contar histórias sobre o esporte na Bahia, possui experiência com cobertura de grandes festas como Carnaval e São João. Antes da Itatiaia, fez a ASCOM do Botafogo/BA e colaborou em TVE, ge.globo e Jornal A TARDE.