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Libra repudia ação judicial movida pelo Flamengo; entenda o caso

Liga divulgou nota nesta sexta-feira (26) e afirmou que não poupará esforços para defender o que foi acordado entre os clubes e a entidade

Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo em reunião do Conselho Deliberativo do clube

A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) divulgou nota oficial, nesta sexta-feira (26), na qual repudiou ação judicial movida pelo Flamengo na Justiça do Rio de Janeiro.

Em decisão liminar, expedida na noite de quarta-feira (24), o órgão determinou que a Globo, parceira comercial da Libra e detentora dos direitos de transmissão do Brasileirão, depositasse R$ 77,1 milhões em juízo.

Os valores são referentes ao segundo repasse, desta temporada, da cota de transmissão do torneio nacional. Entenda melhor o caso ao fim da matéria.

Em nota, a Libra criticou a atitude da gestão rubro-negra e afirmou que a medida “desgasta a harmonia do grupo ao questionar acordos já pacificados”.

“A LiBRA repudia a decisão unilateral e repentina da atual gestão do Flamengo, que moveu ação judicial contra o conjunto de clubes do qual faz parte, bloqueando repasses financeiros consagrados em contrato e desgastando a harmonia do grupo ao questionar acordos já pacificados”, inicia o documento.

Adiante, a liga afirma que a medida visa privilegiar o interesse de curto prazo do Flamengo e atrapalha os demais clubes integrantes do bloco.

“O clube alega prejuízo dentro de um contrato bilionário, o que não condiz com sua situação financeira. A medida extrema confirma uma postura que privilegia o interesse particular de curto prazo, quando, na verdade, os verdadeiros prejudicados são os times que contam com esse dinheiro para seu fluxo de caixa, pagamento de contas e salários”, diz outro trecho da nota.

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Libra ‘não poupará esforços para defender legitimidade das decisões coletivas’

Na sequência, a entidade destaca que sempre buscou atender aos interesses de todos os associados da liga, inclusive o Flamengo. Adiante, a Libra aponta que “não poupará esforços para defender na justiça a legitimidade das decisões coletivas e o cumprimento dos contratos”.

“A LiBRA sempre se dedicou a atender aos interesses dos associados, incluindo questionamentos do Flamengo em relação ao modelo vigente. Mesmo se tratando de um tema debatido exaustivamente no passado, o assunto voltou à pauta e foi submetido à vontade democrática de todos os membros, que votaram pela manutenção do formato atual” diz a liga.

A instituição não poupará esforços para defender na justiça a legitimidade das decisões coletivas e o cumprimento dos contratos”, destaca a Libra.

Críticas à atual gestão do Flamengo

Na parte final da nota, a Libra critica a atual gestão do Flamengo, que tem Luiz Eduardo Baptista, o Bap, como presidente. A entidade aponta que o clube carioca “insiste em não respeitar compromissos assumidos e contratos assinados pela instituição Clube de Regatas do Flamengo”.

“A LiBRA sempre se dedicou a atender aos interesses dos associados, incluindo questionamentos do Flamengo em relação ao modelo vigente. Mesmo se tratando de um tema debatido exaustivamente no passado, o assunto voltou à pauta e foi submetido à vontade democrática de todos os membros, que votaram pela manutenção do formato atual”, começa.

“Ressalta, ainda, que a discordância e o necessário enfrentamento legal são direcionados exclusivamente à conduta da atual gestão do clube rubro-negro, que insiste em não respeitar compromissos assumidos e contratos assinados pela instituição Clube de Regatas do Flamengo, preservando o respeito da entidade pela história e pela torcida de seu clube associado”, finaliza a Libra.

Flamengo busca Justiça e consegue liminar

O Flamengo conseguiu, na quarta-feira, uma decisão liminar na Justiça do Rio de Janeiro para que a Rede Globo depositasse, em juízo, valores referentes ao segundo repasse das verbas de transmissão do Campeonato Brasileiro. As informações são do Estadão.

O montante em questão chega à casa de R$ 77,1 milhões. O primeiro repasse, realizado em 25 de julho, foi de R$ 76,6 milhões. Ainda restam mais duas parcelas a serem pagas neste ano: em novembro, e a outra ao fim do torneio. O contrato dos clubes com a Libra é válido até 2029.

A discordância entre a Libra e o Flamengo se iniciou neste ano. O ponto de atrito entre o Rubro-Negro e a liga se dá em como a entidade divide as verbas de acordo com a audiência das transmissões.

O contrato da Libra com a emissora carioca prevê uma distribuição da seguinte maneira: 40% de maneira igualitária para todos os clubes na Primeira Divisão; 30% de acordo com os resultados esportivos (posição na tabela); e os outros 30% conforme a audiência. Este último, causa a discordância específica do Flamengo.

No estatuto, a Libra destaca a distribuição dos valores da seguinte maneira: “30% (trinta por cento) vinculado à Audiência, calculada de acordo com a porcentagem de audiência de cada Clube Associado sobre o total dos Clubes Associados da Série A, por plataforma de transmissão ou streaming, ponderada pela contribuição de tal plataforma às Receitas de transmissão e streaming, através da seguinte fórmula:

Porcentagem de audiência de cada Clube: (Soma do número de indivíduos que assistiram os jogos ao vivo do Clube como mandante e visitante + 2) / pelo número total de indivíduos que assistiram os jogos da Série A do campeonato na plataforma.”

Vale destacar que o acordo entre Libra e Flamengo foi assinado pelo ex-presidente do clube carioca, Rodolfo Landim. O mandatário deixou o comando do clube no fim de 2024.

O vínculo entre a liga e a Globo, por sua vez, não determina quanto a emissora pagará por cada plataforma que transmite os jogos - seja TV aberta, TV fechada ou pay-per-view. O contrato diz que há uma remuneração na ordem de R$ 1,17 bilhão por temporada da Série A pela compra de todo o direito de transmissão.

O Flamengo entende que o estatuto não é suficiente para determinar o pagamento do percentual determinado à audiência. Assim, sugere que os valores referentes ao repasse sejam divididos de acordo com a quantidade de registros destinados a cada clube no pay-per-view.

Ou seja, se, por exemplo, o Rubro-Negro detiver 35% dos cadastros, então deveria receber 35% sobre os valores de cada parcela da audiência.

Em agosto, o clube carioca propôs uma reunião para debater o tema. No entanto, obteve somente o apoio do Volta Redonda - os demais votaram contra a proposta do Flamengo. Ainda assim, o Rubro-Negro partiu para as vias judiciais apoiado pelo artigo do estatuto da Libra que determina haver unanimidade nas decisões que tratem questões de distribuição de dinheiro.

Jornalista formado pelo Centro Universitário UNA. Acumula passagens pela Web Rádio Neves FM e Portal Esporte News Mundo, como setorista do América, além de possuir experiência em coberturas in-loco e podcast. Apaixonado por automobilismo e esportes americanos.