Ouvindo...

Participe do canal e receba as notícias do Flamengo no WhatsApp

Flamengo se pronuncia após conseguir bloqueio judicial de verbas do Brasileirão

Clube conseguiu liminar na Justiça para travar repasses da Libra

Camisa do Flamengo

O Flamengo emitiu, na noite desta sexta-feira (26), um posicionamento oficial sobre a liminar concedida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que determina o bloqueio de um repasse de R$ 77 milhões da Liga do Futebol Brasileiro (Libra). O valor seria distribuído entre os clubes integrantes da entidade como parte da receita obtida com o pay-per-view do Campeonato Brasileiro.

A decisão judicial atende a um pedido do próprio Flamengo, que alega ter sofrido prejuízos com o contrato de direitos de transmissão firmado em 2024, com validade até 2029. Segundo o clube, os termos do acordo não foram respeitados, especialmente no que diz respeito ao seu direito de veto em decisões estratégicas da Libra.

A Liga do Futebol Brasileiro é formada pelos seguintes clubes:

  • Palmeiras
  • Bragantino
  • São Paulo
  • Santos
  • Atlético
  • Bahia
  • Grêmio
  • Vitória
  • Remo
  • Paysandu
  • Volta Redonda
  • ABC
  • Guarani
  • Sampaio Corrêa
  • Brusque
  • Flamengo

Na nota oficial divulgada, o Flamengo afirma que buscou esgotar todas as possibilidades de diálogo antes de recorrer à Justiça. O clube também sustenta que está aberto a negociações e disposto a “fazer algum grau de concessão” para a resolução do impasse.

Leia também

Confira a nota do Flamengo na íntegra

“O Clube de Regatas do Flamengo ajuizou nos últimos dias medida judicial, com pedido de liminar, contra a Liga do Futebol Brasileiro – LIBRA. O objetivo é impedir que o Flamengo sofra prejuízos adicionais em razão do estabelecimento de critérios de divisão de receitas por audiência que não reconhecem o poder gerador de recursos financeiros pelo Flamengo.

É importante que fique claro que o Flamengo, desde o momento que ingressou na LIBRA, concordou em dividir as receitas de direitos de transmissão, de imagem e de som de forma bastante equilibrada. Assim, 40% das receitas seriam repartidas de forma igualitária entre todos os clubes, 30% seriam repartidas de acordo com a classificação final no Campeonato Brasileiro da Série A e 30% seriam divididas segundo a audiência gerada por cada clube.

Existe a previsão no Estatuto da LIBRA de um legítimo direito de veto (que cabe ao Flamengo e a todos os demais clubes), exigindo-se a aprovação unânime do critério de rateio dos valores devidos aos clubes a título de audiência. Além disso, há no Anexo 1 do Estatuto a previsão de uma receita mínima garantida, correspondente às receitas que os clubes obtiveram pelos direitos de transmissão no ano de 2023.

Para a aprovação do critério de rateio foi realizada uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da LIBRA, em 16/05/25, onde o Flamengo se posicionou contra o cenário de divisão de receita proposto pela LIBRA, tendo a reunião sido suspensa sem nenhuma deliberação.

O tema foi retomado em nova AGE, no dia 26/08/25, quando Flamengo e Volta Redonda votaram contra o cenário defendido pela LIBRA, que concede ao Flamengo 20,41% da receita de audiência, que está longe de representar o poder gerador de receitas do clube. Exemplificando, o tamanho da torcida do Flamengo dentre os clubes da LIBRA é de 47%. Nessa ocasião o Flamengo entregou seu voto divergente por escrito.

O Flamengo sempre esteve disposto a buscar uma solução amigável para o problema e a fazer algum grau de concessão para chegar a um acordo, mas os demais clubes foram intransigentes e impuseram um prejuízo superior a 100 milhões de reais anuais ao Flamengo, o que representa uma perda de 37% em relação ao contrato anterior.

Diante da insistência da LIBRA em impor esse cenário, mesmo com os votos contrários do Flamengo e do Volta Redonda, o que configura descumprimento do Estatuto e é, portanto, ilegal, não restou ao Flamengo outra alternativa senão recorrer à justiça.

Registre-se que o Flamengo não tem interesse no litígio, na medida em que a maior parte dos valores depositados cabem ao clube, que é aquele que tem a maior audiência no país. É péssimo para o Flamengo que as receitas devidas a título de audiência fiquem retidas judicialmente. Não tem como concordar, todavia, com a solução absurda que a LIBRA deseja implementar, tiranicamente, em prejuízo do clube.

Não é verdade, por fim, que o depósito judicial dos valores vá asfixiar financeiramente os demais clubes. Lembre-se que o processo envolve, apenas, os 30% de audiência, nada impedindo o recebimento dos demais 70%, na forma estabelecida no contrato.

O Flamengo reafirma que sua luta é para que sua representatividade seja respeitada, que as decisões da LIBRA sejam tomadas dentro das regras previstas no Estatuto e da Lei e que a história e o valor de cada clube sejam reconhecidos pelos seus méritos, de forma justa e equilibrada.”

Rômulo Giacomin é repórter multimídia da Itatiaia. Formado pela UFOP, tem experiência como repórter de cidades da Região dos Inconfidentes, e, na cobertura esportiva, passou por Esporte News Mundo, Estado de Minas, Premier League Brasil e Trivela.