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La U atualiza situação de feridos e dispara: ‘Capítulos dos mais violentos da história’

Universidad do Chile publicou nota na noite desta quinta-feira (21) nos veículos oficiais

Momento em que o torcedor da Universidad de Chile joga bomba na torcida do Independiente

A Universidad de Chile publicou, na noite desta quinta-feira (21), uma longa nota após a selvageria ocorrida diante do Independiente-ARG em Avellaneda, Argentina, nas oitavas de final da Copa Sul-Americana. O clube classificou a situação como uma das mais violentas da história do futebol, além de atualizar o estado médico dos feridos.

O clube chileno enviou uma delegação para a Argentina. Estiveram no país o presidente Michel Clark e o gerente Ignacio Asenjo. Eles visitaram três hospitais para saber o estado clínico dos chilenos.

“No retorno da nossa delegação esportiva a Santiago, a equipe de líderes e executivos visitou novamente os hospitais Fiorito, Presidente Perón e Wilde, onde recebeu notícias animadoras. Dos 19 hospitalizados, 16 receberam alta, e o paciente, em risco de morte, foi transferido para a UTI graças a uma melhora significativa após uma cirurgia para correção de fratura no crânio”, diz parte do comunicado.

A surra brutal e desumana sofrida por nossos torcedores na noite de 20 de agosto no estádio da Libertadores da América será lembrada como um dos capítulos mais violentos da história do futebol.
Universidad de Chile

Além de prestar apoio aos torcedores, a nota afirma que a questão esportiva estará “em segundo plano quando vidas humanas estão em jogo”. Ainda no comunicado, o clube agradeceu os esforços de autoridades e garantiu que dará todo o suporte aos torcedores e familiares afetados.

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Crítica ao Independiente

O clube não poupou críticas para o adversário argentino. Segundo o comunicado faltou proteção do Independiente e da polícia local para os torcedores chilenos.

“Através de registros amplamente divulgados pela mídia e redes sociais, fica evidente a total falta de proteção do clube organizador e da polícia, que não conseguiram garantir a segurança dos nossos torcedores e da nossa delegação”, diz trecho da nota.

La U também afirmou que o ônibus da delegação tiveram janelas quebradas e que houve tentativa de invasão do vestiário. "É impressionante que, dadas as imagens brutais de violência que circularam em toda a mídia, haja cerca de 100 torcedores chilenos presos e nenhum agressor do time da casa”, afirmou.

A confusão

A confusão teve início no segundo tempo da partida. Torcedores do time chileno tomaram uma faixa de uma torcida do time mandante. Além disso, atiraram bombas em um dos setores dos argentinos, além de colocar fogo em objetos nas arquibancadas.

Logo após a ação dos chilenos, os torcedores do Independiente conseguiram furar o bloqueio policial e invadiram a área destinada aos torcedores da Universidad.

A partir de então, mais cenas de violência extrema tomaram o estádio Libertadores da América. Torcedores chilenos ficaram encurralados na arquibancada e foram espancados e despidos.

Um torcedor, para tentar fugir da fúria dos argentinos, se atirou da arquibancada. Os que ficaram, não escaparam e ficaram bastante feridos e até mesmo desmaiados. De acordo com a imprensa argentina, são cerca de 90 feridos

Leia nota na íntegra

A surra brutal e desumana sofrida por nossos torcedores na noite de 20 de agosto no estádio da Libertadores da América será lembrada como um dos capítulos mais violentos da história do futebol.

Depois que a CONMEBOL cancelou a partida por falta de garantias da equipe organizadora e das autoridades locais, nosso Clube se concentrou em entender a situação dos nossos torcedores afetados.

Em meio a rumores de mortes e sem nenhuma informação oficial das autoridades, uma delegação liderada pelo presidente Michael Clark e pelo gerente geral Ignacio Asenjo visitou os três hospitais nas regiões de Avellaneda e Sarandí para onde nossos torcedores foram encaminhados no início da manhã. Graças a isso, foi confirmado que, milagrosamente, não houve fatalidades.

O diretor José Ramón Correa viajou de Santiago na manhã de quinta-feira para prestar às vítimas o apoio jurídico que estamos prestando atualmente. No retorno da nossa delegação esportiva a Santiago, a equipe de líderes e executivos visitou novamente os hospitais Fiorito, Presidente Perón e Wilde, onde recebeu notícias animadoras.

Dos 19 hospitalizados, 16 receberam alta, e o paciente, em risco de morte, foi transferido para a UTI graças a uma melhora significativa após uma cirurgia para correção de fratura no crânio.

Também verificamos a situação dos torcedores detidos na terceira e quarta delegacias de Avellaneda, onde também agradecemos e valorizamos a enorme assistência prestada pelo Cônsul do Chile em Buenos Aires, Andrea Concha.

O clube forneceu à mídia detalhes completos sobre as identidades dos torcedores detidos e feridos para que suas famílias e entes queridos tenham certeza, dadas as informações oficiais limitadas.

Como nosso presidente afirmou em seus vários discursos hoje, as questões esportivas ficam em segundo plano quando vidas humanas estão em jogo. Quando as situações que afetam nosso povo forem resolvidas, abordaremos as questões esportivas, nas quais a U fará todo o possível para garantir que a justiça prevaleça, punindo aqueles que cometem violência com todo o rigor da lei e sancionando aqueles que não cumpriram seu dever de organizar uma partida adequadamente.

Na quinta-feira, ao meio-dia, foi realizada uma reunião com o embaixador José Antonio Viera-Gallo, que foi agradecido por seus esforços e transmitiu a gratidão da U ao governo pelas ações tomadas, incluindo a viagem do ministro do Interior, Álvaro Elizalde, em nome de nossos torcedores.

Através de registros amplamente divulgados pela mídia e redes sociais, fica evidente a total falta de proteção do clube organizador e da polícia, que não conseguiram garantir a segurança dos nossos torcedores e da nossa delegação.

Torcedores do Independiente entraram sem impedimentos na área visitante, atacando os poucos torcedores restantes. Atos extremamente violentos e desumanos ocorreram, impossíveis de detalhar neste comunicado devido à brutalidade. Eles também quebraram as janelas do nosso ônibus e tentaram entrar no vestiário para agredir nossos jogadores. É impressionante que, dadas as imagens brutais de violência que circularam em toda a mídia, haja cerca de 100 torcedores chilenos presos e nenhum agressor do time da casa.

Como clube, sempre condenamos a violência. Nossa preocupação neste momento continua sendo com todos os afetados, em ajudar a garantir que a justiça seja feita e em garantir que a barbárie de Avellaneda nunca mais se repita.

Leonardo Parrela é chefe de reportagem do portal Itatiaia Esporte. É formado em Jornalismo pela PUC Minas. Antes da Itatiaia, colaborou com ge.globo, UOL Esporte e Hoje Em Dia. Tem experiência em diversas coberturas como Copa do Mundo, Olimpíada e grandes eventos.
Igor Varejano é jornalista formado pela UFOP. Tem experiência em esportes e cidades no rádio e em portais. Colaborou com Agência Primaz, Jornal Geraes e Rádio Real. Atualmente é repórter do Itatiaia Esporte.