No dia 26 de maio, quando o
O argentino vai ter que esperar um pouquinho mais para ultrapassar Moésio Gomes, hoje o detentor dessa marca, do que se imaginava inicialmente. Isso porque o Fortaleza divulgou o dado oficial de partidas do lendário treinador do Leão e aumentou de 229, número que se trabalhava até algumas semanas atrás, para 232 os confrontos oficiais.
O levantamento é do pesquisador David Barboza. Os dados fazem parte da plataforma Laionpédia, criada pelos torcedores e pesquisadores Viktor Araújo e Fábio Farias, que hoje é oficialmente o banco de dados oficial do Fortaleza e que, em breve, estará disponível de forma online.
Moésio Gomes esteve, segundo esses dados, em 309 jogos como treinador do Fortaleza, nas décadas de 1950, 1960, 1970 e 1980, mas boa parte destes confrontos foram amadores. Jogos oficiais, mesmo, são 232. Moésio, também ex-jogador, teve a primeira experiência no banco de reservas em 21 de setembro de 1957, vitória de 3 a 0 em um amistoso contra o Fluminense do Piauí. O último compromisso foi em 25 de setembro de 1988, amistoso contra Jalisco das Pedras, em empate por 1 a 1.
Moésio conquistou sete títulos, e teve um aproveitamento de 51,4% dos pontos disputados.
Vojvoda completou no sábado, dia 4 de maio, três anos como treinador do Fortaleza.
Na elite do futebol brasileiro só há um treinador há mais tempo no cargo: Abel Ferreira, que chegou ao Palmeiras em 30 de outubro de 2020.
Campanhas históricas
No primeiro ano de Vojvoda, em 2021, o Tricolor do Pici conquistou a quarta colocação no Campeonato Brasileiro, melhor colocação da história de uma equipe do Nordeste na era por pontos corridos do Brasileirão, que começou em 2003. Também chegou pela primeira vez às semifinais da Copa do Brasil.
Internacionalmente foi com o treinador que o clube também garantiu a disputa da primeira Libertadores de sua história, em 2022, quando entrou diretamente na fase de grupos e chegou até as oitavas de final. No ano passado, a equipe disputou a Libertadores pela segunda temporada consecutiva, ainda que nas fases prévias, e posteriormente chegou à inédita final da Copa Sul-Americana, quando perdeu para a LDU de Quito-EQU nos pênaltis.
No período em que está no Fortaleza, Vojvoda teve sondagens de alguns clubes da elite do Sul e Sudeste brasileiros, além de ofertas de equipes e confederações estrangeiras. A última foi do Chile, que o queria como treinador da seleção daquele país para as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 e Copa América de 2024.
“Não vou pela cabeça das pessoas, por ouvir esse ou aquele. A carreira é minha, eu decido onde trabalhar. Estou bem no Fortaleza. Não é por comodidade [que permanece]. Fortaleza tem pressão também, recebo muitas críticas quando perdemos. Estou morando em uma cidade que gosto. Por que vou a outra cidade? Por dinheiro? Pode ser, mas eu tenho direito de decidir onde quero morar, onde quero trabalhar e com quem quero trabalhar”, disse o treinador no início de 2024.
De onde surgiu Vojvoda?
O CEO do Fortaleza, Marcelo Paz, ouve essa pergunta sempre. Há um departamento de análise de desempenho no clube, que levantou dados importantes para Paz quando o nome de Vojvoda apareceu como opção. Mas surgiu de onde?
O responsável pela sugestão de se investigar profundamente o trabalho do argentino é Alex Santiago, atual presidente do clube. Em 2021, ele era o diretor de futebol e já tinha recebido de contatos na Argentina ótimas indicações de Vojvoda, que tinha no currículo passagens por equipes de pequeno e médio porte na América do Sul, como Defensa y Justicia-ARG, Huracán-ARG, Talleres-ARG e Unión La Calera-CHI.
Mas Vojvoda não foi a primeira opção para substituir Enderson Moreira, demitido em abril de 2021 após eliminação na Copa do Nordeste. Fernando Diniz, atualmente no Fluminense, era o preferido, seguido de outro argentino, Ariel Holan, que estava saindo do Santos. A negociação com nenhum dos dois deu certo.
Vojvoda então foi procurado e surpreendeu pela maneira que mostrou conhecer o elenco, com sugestões até surpreendentes sobre montagem de time e planejamento de calendário sem nunca ter trabalhado no futebol brasileiro. Foi contratado, para surpresa da imprensa local, mas também de diretores e conselheiros, já que ninguém o conhecia no Brasil.
“Desde o início do trabalho de Vojvoda no clube, já identificamos que havia algo de diferente em seu trabalho. As atividades sempre foram muito intensas, os atletas ficaram confortáveis com a metodologia seguida e estabelecemos um estilo de jogo que nos possibilitou alcançar resultados históricos”, disse Marcelo Paz, o CEO da SAF (Sociedade Anônima de Futebol) do Fortaleza.