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Flamengo pede à Ferj e à TV fim dos jogos de tarde e vê risco à saúde dos atletas

Diretoria do clube carioca envia ofício com relatos de jogadores e profissionais da área médica a fim de restringir partidas em horários de altas temperaturas no Rio de Janeiro

Nesta segunda (10), o Flamengo enviou uma solicitação à Ferj e aos detentores de direitos de transmissão do Campeonato Carioca para reavaliação dos jogos às 16h30 (de Brasília). Baseado em relatos de jogadores e análises do departamento médico, o clube vê risco à saúde dos atletas e prejuízo à performance devido às altas temperaturas no horário.

“Já pedimos à Federação e aos outros clubes, todos estão sensíveis de não se jogar essa hora. Existem muitas questões à nível de saúde dos jogadores, à nível do espetáculo. Quando estava na Europa, via muitos jogos desta hora e questionávamos a intensidade que se jogava no Brasil. Estamos a passar uma imagem que não é real do potencial que o futebol no Brasil tem”, iniciou.

“Não vamos utilizar sempre os melhores jogadores, o que seria bom para o espetáculo, porque não podemos matar os jogadores em uma fase tão precoce da temporada e sujeitá-los à temperaturas que não são indicadas para jogar futebol. Não é possível jogar em uma intensidade razoável nesta temperatura. É óbvio que é um problema de todos clubes. Ninguém pode jogar ao seu melhor nível em temperaturas que, no gramado, são por volta de 45º, 50º. É impossível que não haja desgaste precoce e lesões provocadas por esse calor excessivo. É um apelo que faço a quem de direito para o bem de todos, do espetáculo”, concluiu José Boto.

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Nas oito partidas do Flamengo até o momento pela Taça Guanabara, foram duas às 16h30 e uma às 16h. Os demais jogos foram disputado nos horário das 18h30, 19h (2), 21h e 21h30. O Rubro-Negro também disputou a Supercopa do Brasil às 16h, em Belém.

Por ora, o Flamengo tem mais um jogo marcado para às 16h30 na Taça Guanabara: no dia 23, contra o Maricá, pela 11ª rodada. Contra o Botafogo, na quarta (12), e contra o Vasco, no sábado (15), estão marcados para às 21h30 e 21h45, respectivamente.

Confira, abaixo, outros depoimentos de profissionais do Flamengo:

Fernando Sassaki, chefe do departamento médico do Flamengo:
“No último jogo, teve um registro de sensação termina acima dos 40º. Isso é bem sabido dos efeitos da hipertermia, que acaba gerando uma diminuição da performance e atrapalha o espetáculo. O Flamengo entende que tem um horário a ser respeitado de televisão, mas acima de tudo está o bem estar e a saúde do atleta. Sempre será uma preocupação nossa”.

“São muito nítidos os sintomas apresentados pelos atletas no final dos jogos em comparação à pré-temporada, em uma temperatura mais amena (o clube fez parte da pré-temporada nos Estados Unidos). Estamos empenhados em controlar esses sintomas, mas é importante que tenha um controle melhor do horário dos jogos.”

Diogo Linhares, preparador físico do Flamengo:
“Quando jogamos em temperaturas extenuantes, essa temperatura tem influencia direta no desempenho dos atletas. Causa desidratação, que vai gerar o declínio da performance. Provoca uma maior percepção de cansaço. A sensação e a percepção de cansaço é muito maior por conta da desidratação, que já causa uma queda das habilidades. O calor é prejudicial.”

Claudio Pavanelli, fisiologista do Flamengo:
"É bom entender o todo. Estamos em início de uma temporada extremamente longa, onde teremos um número de jogos alto. Jogando no Rio de Janeiro, nesse horário, são duas grandes preocupações: desidratação e manutenção do rendimento de nossos atletas em alto nível. Há preocupação na hora do jogo, com o desgaste, e a recuperação para os próximos jogos. O rendimento, de forma geral, cai. Lógico, a preocupação não é apenas no rendimento, mas na saúde do atleta. Quando não se consegue, perde o rendimento e o índice de lesão é maior.”


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Jornalista e correspondente da Itatiaia no Rio de Janeiro. Apaixonado por esportes, pela arquibancada e contra torcida única.
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