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O Cruzeiro virou uma bomba-relógio, e só dinheiro não resolve o problema

Na minha opinião, falta ao Cruzeiro liderança, o que é diferente de colocar dinheiro e chefiar.

Participei do programa Turma do Bate-Bola nesta quinta-feira (10) e fiz uma análise sobre tudo que tem acontecido com o Cruzeiro dentro e fora de campo.

A vexatória derrota por 2 a 1 para o Mushuc Runa, do Equador, parece-me a ponta do iceberg.

Na minha opinião, falta ao Cruzeiro liderança, o que é diferente de colocar dinheiro e chefiar.

Pedro Lourenço fez grandes esforços financeiros para tornar o Cruzeiro novamente competitivo no cenário nacional, mas isso não basta.

Dinheiro apenas não resolve o problema. Apenas dinheiro não vai montar um time de futebol vencedor. Tem que ter planejamento, estratégia, as pessoas nos lugares certos, liderança.

Liderança, como eu disse, é diferente de chefiar. Líder é quem te puxa pra frente, te valoriza, te dá a mão para caminhar rumo ao desenvolvimento pessoal e ao desenvolvimento coletivo.

O Cruzeiro está precisando de liderança, não apenas de um chefe.

Alguém precisa falar para o Pedro Lourenço que no futebol não pode ser assim, de dizer o que pensa, como se não houvesse consequências.

Não é porque paga a conta, porque dá o dinheiro que pode falar o que quer, quando quer e para quem quer. Não é assim que funciona. A maioria desses caras que estão aí no Cruzeiro têm dinheiro e jogam em qualquer outro clube.

Jogador de futebol é um profissional diferente do caixa do supermercado. Não que o caixa seja pior. Toda profissão é digna. O cara que ganha R$ 1,8 mil por mês tem uma dependência econômica diferente do cara que ganha R$ 2 milhões por mês. O funcionário mais simples vai ouvir coisas que o funcionário que ganha R$ 2 milhões não vai aceitar ouvir.

Como você desqualifica um jogador e vai rescindir um contrato de um jogador que ganha R$ 1,5 milhão por mês, com quatro anos de contrato com o clube?

Não dá para chegar em público, dizer que contratou mal e que os jogadores são ruins. Isso tem consequências.

É só pegar o que aconteceu depois daquele áudio infeliz contra o Fernando Seabra. O Cruzeiro nunca mais foi o mesmo.

E depois do Seabra teve a situação lamentável do Fernando Diniz, o massacre em cima do diretor de futebol.

E agora, olhando pra frente, quem vai querer vir trabalhar num clube que está virando uma frigideira de treinadores, um forno de jogador…

Qual diretor vai querer vir para saber que na primeira derrota vai ser chutado?

É muito grave o que está acontecendo. O Cruzeiro é centenário e é muito maior que qualquer pessoa. O Cruzeiro é maior que o Pedro Lourenço, assim como era maior que Felício Brandi, Zezé Perrela e Ronaldo Fenômeno.

O Cruzeiro tem que parar de transferir responsabilidades. O time perdeu o clássico, e o Pedrinho foi dizer que a culpa era de rádio e da imprensa. Foi de quem a culpa ontem, contra o Mushuc Runa?

A coisa está mal conduzida do lado de dentro do Cruzeiro. O dono da SAF precisa entender que não basta colocar dinheiro e tratar todo mundo na ponta da bota. Ninguém sobrevive a isso.

Se o Gabigol não ganha R$ 2 milhões aqui, ganha em outro clube. Qual jogador aceitará ser tratado assim?

Ir para a entrevista e jogar b… na cabeça dos caras?

O mundo corporativo não funciona assim, e o futebol não funciona assim. Se continuar assim, o Cruzeiro vai ser uma bomba-relógio. Isso fará muito mal para o clube e para a instituição.

O Cruzeiro está rompendo pontes, rompendo relações.

Ninguém vai aceitar tomar tapa na cara por causa de dinheiro. O Cruzeiro já perdeu e continuará perdendo profissionais qualificados, jogadores de qualidade se a forma de chefiar for essa.

O Cruzeiro precisa de gestão e liderança!

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