Ouvindo...

Participe do canal e receba as notícias do Cruzeiro no WhatsApp

Por que Pepa foi demitido pelo Cruzeiro? Veja resposta de Pedro Martins

Jogadores chegaram a manifestar tristeza com a saída do português após a goleada por 3 a 0 sofrida para o Grêmio, em Porto Alegre

Pedro Martins justificou a saída de Pepa oito dias após a demissão

Diretor de futebol do Cruzeiro, Pedro Martins afirmou nesta quarta-feira (6) que a demissão de Pepa no comando do time, em 29 de agosto, teve mais relação com o dia a dia de trabalho na Toca da Raposa II do que com os resultados em campo.

Os jogadores chegaram a manifestar tristeza com a saída do português após a goleada por 3 a 0 sofrida para o Grêmio, em Porto Alegre, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Em 25 jogos oficiais, Pepa obteve sete vitórias, oito empates e dez derrotas. O aproveitamento foi de 38,66%.

Pepa deixou o Cruzeiro na 12ª posição da Série A do Campeonato Brasileiro, com 25 pontos.

A explicação para a saída do português veio só oito dias depois, justamente na apresentação do seu substituto, Zé Ricardo, ocorrida nesta quarta-feira (6).

“Se teve alguma pessoa que ficou feliz com a saída do Pepa, essa pessoa não tinha que estar no Cruzeiro, porque ela não entendeu o clube. Não tem ninguém feliz com a saída do Pepa. Mas isso é diferente de avaliação de trabalho. E não é avaliação de resultado, é avaliação de trabalho e projeção de resultado. A gente avalia trabalho para projetar resultados. E dentro desse exercício, tomamos a decisão de tirá-lo”, disse Pedro Martins.

“Se fosse fácil nomear apenas uma coisa para que se tome a decisão, te falo que a gente teria vida mais tranquila. Para que a gente consiga fazer um diagnóstico, uma avaliação, a gente olhou tudo. Desde o método, a maneira de condução dos treinos, a energia que estava sendo colocada nos treinos, processo de integração da comissão com o indivíduo, da comissão técnica com o ambiente. E tudo isso tem avaliação positiva, avaliação que a gente acreditava que dava para melhorar e avaliação que a gente identificava que, infelizmente, pela forma como o projeto estava, a gente não conseguia identificar evolução”, detalhou Martins.

Riscos gerados pela troca de comando

Pedro Martins ainda relativizou riscos pela troca de Pepa por Zé Ricardo na reta final do Brasileiro. O novo treinador foi apresentado nesta quarta-feira (6). “Toda decisão tem um risco. A decisão de ficar é um risco. A decisão de tirar é um risco. E é por isso que a gente precisa ter convicção e clareza de onde a gente quer chegar e como quer chegar para tomar as decisões. E nesse aspecto o clube está bem definido e bem decidido. Agora é trabalhar. Não chegou um salvador da pátria, assim como não existia um. Colocar todo mundo na sala, fazer reflexão, colocar a mão na cabeça e tomar as melhores decisões não só para obter os resultados, mas para ter o trabalho que a gente gostaria”, completou Martins.

Pepa era muito querido na Toca da Raposa II

Pedro Martins confirmou que Pepa era muito querido pelos jogadores, pelos funcionários e por toda a cúpula do Cruzeiro. Essa relação acabou tornando a demissão ainda mais difícil.

“É muito difícil dar um argumento, porque a gente está falando de ser humano. Por isso que a gente fez uma avaliação muito profunda, fizemos várias reflexões com a comissão técnica para que a gente chegasse nessa decisão que foi muito difícil. Muito difícil mesmo, porque o Pepa e a sua comissão apostaram muito nesse projeto. Eles investiram muito nisso. E a gente teve que tomar a decisão também com dificuldade pela relação pessoal que acaba se criando”, acrescentou.

Carreira de Pepa

Pepa iniciou sua carreira à beira do campo também no Benfica, em 2007, quando exerceu a função de auxiliar. Por lá ficou até 2013, quando aceitou convite para comandar o Sanjoanense, da 4ª divisão de Portugal.

O treinador ainda passou por Moreirense, Feirense e Tondela. Seu trabalho mais destacado foi no Paços de Ferreira, também daquele país, entre 2019 e 2021, quando classificou o clube para a fase de qualificação da UEFA League.

Na temporada 2021/22, Pepa repetiu o feito, mas desta vez sob comando do Vitória de Guimarães. Em julho do ano passado, ele se transferiu para o Al-Tai, mas comandou o clube por apenas 16 jogos.

“Na nossa avaliação, o Pepa é um treinador com um potencial enorme. Teve a dificuldade de chegar, se integrar com a cultura brasileira, com o meio do futebol brasileiro como qualquer treinador estrangeiro pode ter, mas eu não tenho dúvida que, pelo potencial, por tudo que ele já fez na carreira e ainda vai fazer, ele tem futuro brilhante. Mas, como eu disse, decisões precisam ser tomadas e a gente tomou com a clareza de que pontos importantes tinham que ser modificados dentro da estrutura do clube”, concluiu Pedro Martins.

Leonardo Garcia Gimenez é repórter multimídia na Itatiaia. Natural de Arcos-MG e criado em Iguatama-MG. Passou também pela Record Minas.