Em meio às denúncias e citações do Ministério Público de Goiás (MP-GO) sobre o esquema de apostas envolvendo jogadores do futebol brasileiro, uma entrevista de Rafael Sobis, ex-atacante do Cruzeiro, voltou a repercutir nas redes sociais.
Em novembro de 2021, poucos dias depois de anunciar a sua aposentadoria, Sobis afirmou não ter visto nenhum companheiro de equipe se envolvendo com as manipulações, mas disse ter conhecimento de casos em outros clubes. A declaração foi feita em entrevista ao canal Cara a Tapa, do Rica Perrone.
Perguntado se acreditava que jogadores chutavam a bola para escanteio para faturar em esquema de apostas, Sobis sinalizou que sim.
“Acredito. No meu time, não [de nunca ter visto], mas sei que tem. Tomara que parem na cadeia. O brasileiro não tem jeito, cara. Tem isso e está cada vez mais forte. Loucura, né? Como que vai atrás? Não sei, mas tem. Se for atrás, pega um monte de gente”, declarou o ex-jogador.
Ainda de acordo com Sobis, durante algumas partidas, “diálogos estranhos” ocorriam, principalmente em relação à marcação de pênaltis.
“Já está rolando, os caras ficam atualizando toda hora no aplicativo, ficam malucos. Depois de um tempo, conversando com alguns jogadores do Corinthians. ‘Pode cair na área que hoje está…’. Já escutei isso. Avisaram que ‘hoje tá de boa’. Não posso provar, mas jogadores falaram. Jamais vou falar o nome deles”, concluiu à época.
Veja declaração de Sobis sobre o assunto:
Operação Penalidade Máxima II
A Justiça de Goiás acatou nova denúncia oferecida pelo Ministério Público do estado (MP-GO) no âmbito da Operação Penalidade Máxima II, que investiga a manipulação de resultados no futebol com o envolvimento de jogadores e intermediários. Agora, os 17 citados são réus e têm um prazo de dez dias para responder as acusações. Desses, cinco são atletas profissionais. A decisão é da 2ª Vara Estadual de Repressão ao Crime Organizado e à Lavagem de Capitais do Estado de Goiás.
Eduardo Bauermann (Santos)
Victor Ramos (à época na Portuguesa)
Igor Carius (à época no Cuiabá)
Paulo Miranda (à época no Juventude)
Fernando Neto (à época no Operário-PR)
Outros quatro jogadores colaboraram com as investigações e não foram denunciados pelo MP-GO. Onitlasi Moraes Rodrigues Júnior (à época no Juventude), Kevin Lomónaco (Bragantino), Nikolas Santos de Farias (Novo Hamburgo) e Emilton Pedroso Domingues (Inter de Santa Maria) receberam valores e concordaram com a manipulação, mas auxiliaram o órgão público nas investigações.
Em 16 de março, a Justiça do estado de Goiás já havia aceitado a denúncia da primeira fase da mesma operação. Além de acatar a denúncia nesta terça-feira (9), a Justiça manteve a prisão preventiva dos seguintes denunciados: Bruno Lopez de Moura (apontado como chefe do esquema), Thiago Chambó Andrade (aliciador/intermediário) e Romário Hugo dos Santos (ex-jogador e também aliciador).
Leia mais
Richard, do Cruzeiro, e atletas do América são citados pelo MP em esquema de apostas Nathan, Ex-Atlético, é citado pelo MP em esquema de apostas no Brasileirão Fluminense afasta Vitor Mendes, citado pelo MP em investigação de esquema de apostas Justiça aceita nova denúncia do MP, e mais cinco jogadores se tornam réus Apostadores prometeram mais de R$ 1 mi a jogadores; veja valores e jogos denunciados O que se sabe sobre o novo escândalo de manipulação de resultados no futebol Santos afasta Eduardo Bauermann após denúncia do Ministério Público Bauermann reclamou de salário no América em conversa com apostador; veja print O que pode acontecer com jogadores envolvidos no escândalo de apostas? Cruzeiro afasta Richard após citação do MP em esquema de apostas