O Cruzeiro tem uma dívida bilionária e se estrutura para poder pagar os seus credores por meio de um plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça. Dentre os citados na lista daqueles que o clube deve está o atacante Marcelo Moreno, hoje no Cerro Porteno (PAR), mas que estava na Toca II até o começo de 2022. O montante devido pela Raposa ao jogador se aproxima de R$ 25 milhões.
Sobre essa dívida milionária que o Cruzeiro tem com ele, Marcelo Moreno disse que não se arrepende de nada. E acredita que se ele não tivesse feito isso (os empréstimos, naquela ocasião), o próprio atacante não sabe o que seria do clube.
“Se o Cruzeiro expós, foi por que eles quiseram expor esse montante que foi uma ajuda. Eu acho que se não tivesse isso não sei onde estaria o Cruzeiro hoje. Tive que ser um cara inteligente, um cara que pensasse no melhor do clube. Não me arrependo, porque se eu não tivesse feito aquilo, não sei o que seria do Cruzeiro”, disse Marcelo Moreno, em entrevista exclusiva à Itatiaia.
No plano de recuperação judicial entregue à Justiça, o Cruzeiro reconheceu o esforço do atacante com a injeção de dinheiro em um momento difícil do clube.
“O jogador colaborou com o Clube - que se encontrava inadimplente - de modo substancial tendo, inclusive, injetado dinheiro nos períodos de crise, pelo que se revela como grande parceiro do Cruzeiro, justificando sua inclusão na referida subclasse”, destacou o Cruzeiro no plano de credores apresentado à Justiça.
Outros jogadores disseram nos últimos anos que atletas usaram dinheiro do próprio bolso até para pagar faculdade de filhos de funcionários do clube.
“Quando você vê uma situação dentro de um elenco, dentro de um clube, os funcionários que não recebiam há mais de três meses. Aí, complica, porque esse pessoal ganha salário mínimo. É dificil pagar contas, de luz, de água. Quem ganha melhor consegue ajudar essas pessoas. Alguns jogadores estavam recebendo, então não tinha como não ajudar essas pessoas que mereciam ganhar em dia”, falou.
Em sua última passagem pela Toca II, a terceira na carreira, Moreno relembrou de como viu o clube em todas as vezes em que esteve em Belo Horizonte.
“Todo dia você via aquele ambiente, que era maravilhoso desde que cheguei, em 2007, energia boa, leve. Quando eu voltei pela última vez era totalmente diferente, e eu não entendia o que estava acontecendo. Eu não poderia voltar no pior momento da história do clube, ver o que estava acontecendo e não fazer nada. Não me sentia bem”, completou, ainda falando sobre a ajuda ao Cruzeiro.
Perguntado sobre como aconteceu essa ajuda financeira, Moreno preferiu destacar o presente.
“Independentemente de eu ter falado com algum diretor, com o presidente da época, o importante é que o Cruzeiro hoje está bem. O presidente que tem um nome (Ronaldo), uma história, é respeitado, com certeza vai levantar o clube cada vez mais. Isso que me deixa feliz. Ter ajudado e ver que deu certo”, finalizou.