O
Em busca da melhor solução, o clube montou uma sala (câmara acústica) para a realização de diversos testes. Após muitos estudos, com ajuda de empresas especializadas e profissionais do ramo, o processo caminha para final feliz.
A Itatiaia conheceu de perto este estúdio e traz em primeira mão detalhes do que já está sendo implementado na “Casa do Galo”. A princípio, apenas o Setor Sul será contemplado com a “calha” que será instalada.
“Há mais ou menos cinco meses, contratamos um estudo, em função desta deficiência detectada. É um estudo extremamente técnico, que demanda tempo. Estamos na fase final dos ensaios. Construímos uma câmara. Levamos para dentro dela protótipos, que são réplicas da cobertura, e os modificamos para entender os efeitos”, conta Carlos Antônio Pinheiro, Diretor de Engenharia do Atlético.
“Partimos de um princípio básico de tamponar os furos. É como se este estádio fosse a céu aberto. Com estes furos, a cobertura absorve o som da torcida e não o devolve para o gramado. Tamponá-los vai melhorar a reverberação, devolvendo mais som para o gramado e enchendo o estádio com o grito da torcida”, vai além.
Ainda de acordo com ele, a expectativa é que o processo seja finalizado no início de 2025. A ideia inicial é medir o efeito que o “novo teto” vai proporcionar no estádio como todo, para assim avaliar se o trabalho será estendido por toda cobertura do estádio.
Carlos Antônio ainda afirma que, caso o processo seja ampliado, não impactará a agenda do Galo, pois acontece de forma independente e sem a necessidade de interrupção das partidas no local.
Importante auxílio
Uma das “mentes pensantes” deste estudo na câmara acústica é Marco Antônio Vecci, conceituado professor de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais.
Contratado para resolver o problema, ele afirma que o aumento da reverberação será bastante importante.
“Quando o som retorna para o público, a tendência é aumentar muito mais. Quando a pessoa vê a voz sendo ampliada naturalmente, ela sente isso e a tendência é se entusiasmar e se manifestar muito mais. Vamos aumentar de 5 a 8 decibéis, o que corresponde a cerca de 70% do que temos hoje”, explica Vecci à reportagem.
“São muitos detalhes. A área é muito grande. Temos restrição em relação a peso e forma de instalação. Foram ensaiadas diversas opções. Uma delas foi uma lona, que não atendeu acusticamente. Partimos para os painéis refletores, para cobrir a parte dos perfurados da telha de absorção existente. Foram ensaiados protótipos de alumínio e aço. Fizemos a opção por uma canaleta metálica, com acréscimo de peso muito pequeno, de 3,6 quilos por metro quadrado, sem necessidade de reforço estrutural. Se houvesse necessidade, o preço seria quatro vezes maior”, finaliza.