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Como será o trabalho de Rodrigo Caetano na CBF ao aceitar oferta e deixar o Atlético

Dirigente será o diretor de Seleções e comandará todo o departamento, não só a principal masculina; base e feminino também estarão a cargo dele

Rodrigo Caetano, diretor de futebol que vai deixar o Atlético

Após ser afastado por quase um mês da presidência da CBF, por decisão judicial, Ednaldo Rodrigues retornou em 4 de janeiro e prometeu a aliados que seria menos centralizador. Esta é uma das principais críticas que recebe desde que assumiu o comando da confederação brasileira, em agosto de 2021.

O ápice do controle total foi tentar exercer, ao mesmo tempo que preside a CBF, a função de diretor de Seleções, posto vago desde dezembro de 2022 quando Juninho Paulista deixou a entidade junto com Tite e sua comissão técnica. Não deu certo. Foi, por exemplo, uma das reclamações que Fernando Diniz, demitido há algumas semanas, fez sobre os seis meses que comandou a Seleção Brasileira, como contou a Itatiaia.

Neste departamento, pelo menos, Ednaldo promete influenciar menos e por isso decidiu contatar um diretor. O perfil foi o de um executivo experiente na área e que tenha entrosamento com o técnico Dorival Júnior, técnico da Seleção desde janeiro. O escolhido foi Rodrigo Caetano.

Nas conversas que manteve com o dirigente que deixará o Atlético, Ednaldo garantiu autonomia para escolha da equipe com que pretenda trabalhar e para situações de pequena ou média importância do dia a dia. Decisões mais importantes haverá debate com o presidente.

Caetano terá o controle de tudo o que engloba Seleções na CBF, não somente da principal masculina. A base, que tem preocupado Ednaldo, e o feminino, que fracassou na última Copa do Mundo, em 2023, ao não passar da primeira fase, também serão responsabilidades do executivo.

Caetano deve assinar contrato nos próximos dias. Ele vai participar da transição no Atlético para a chegada do novo executivo e pediu alguns dias a Ednaldo. O presidente conta com ele 100% na entidade a partir da última semana de fevereiro, antes de 1º de março, data da primeira convocação de Dorival, para os amistosos contra Espanha e Inglaterra, no fim do mês que vem. Mas isso pode ser antecipado para depois do Carnaval, já na semana que vem.

Olimpíada e feminino

A primeira decisão importante da gestão de Caetano pode ser quem será o treinador nos Jogos Olímpicos de Paris, em meados do ano. Ramon Menezes comanda o time no Pré-Olímpico da Venezuela, mas não está garantido no cargo na Olimpíada caso a equipe garanta uma das duas vagas da América do Sul.

Resultados nos últimos anos na base não agradaram, como os fracassos nos Mundiais Sub-20 (com Ramon) e Sub-17, em 2023, e haverá também uma avaliação sobre o trabalho do ex-lateral Branco, hoje o diretor da base das Seleções. Na Olimpíada o regulamento impõe um limite de 23 anos para os convocados, com exceção de três mais velhos.

Arthur Elias, treinador super vitorioso com o Corinthians, inicia um trabalho com a Seleção Feminina principal. A ideia é que Caetano dê base de sustentação a nível comparado com a da Seleção masculina.

Pode parecer exagero, mas não é por um detalhe: o Brasil disputa para ser sede da Copa do Mundo de 2027. Se vencer, a equipe feminina vai virar prioridade dentro da CBF por um bom desempenho em casa.

A votação que escolherá o local do Mundial por parte das associações filiadas ocorrerá no Congresso da Fifa, em 17 de maio, na Tailândia. O Brasil concorre com as candidaturas conjuntas de Estados Unidos/México e Alemanha/Holanda/Bélgica.

Coordenador

Além de um diretor de Seleções, o presidente da CBF quer um coordenador, este em função mais ligada ao time principal masculino e a Dorival Júnior. Alguém que fique próximo do treinador, ajudando em burocracias, em contatos com a presidência e diretoria, mas também tenha experiência de campo para ser um braço direito de Dorival. Como Zagallo foi de Parreira em 1994 e 2006.

Para esta função, que tem o perfil de ex-jogador ou de treinador, Ednaldo Rodrigues tem tido dificuldade para contratar. O primeiro nome pensado foi o de Filipe Luís, lateral recém-aposentado, que preferiu assumir o Sub-17 do Flamengo.

Mauro Silva, volante campeão do mundo em 1994, avisou que não pretende deixar agora a vice-presidência da Federação Paulista de Futebol (FPF). E Muricy Ramalho rejeitou e permaneceu no cargo diretivo que tem no São Paulo.

Contratado, Rodrigo Caetano deve ajudar agora Ednaldo na busca por esse nome.

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Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.