O levantamento de público feito pelo Verminosos por Futebol, considerando-se todas as edições do Campeonato Brasileiro entre 1967 e 2023, mostra um número preocupante no que se refere a Atlético e Cruzeiro e que deve ser olhado com carinho pelos dois clubes, que vivem novos tempos com a adoção ao regime das SAFs. As médias de ambos nos pontos corridos, se comparada com o período do Robertão (1967 a 1970), caiu quase pela metade.
O Galo, que entre 1967 e 1970 levou em média 33.192 torcedores por jogo como mandante, viu esse número cair para 19.238 na Série A por pontos corridos, que teve a primeira edição em 2003.
No caso da Raposa, a queda é ainda mais significativa. O clube teve 34.194 pagantes de média na Era Robertão. A partir de 2003, essa marca é de 19.535, apesar de o clube ter levantado a taça por três vezes (2003, 2013 e 2014).
No maior período de história do Campeonato Brasileiro, entre 1971 e 2002, os números dos dois clubes também eram maiores que nos pontos corridos. O Atlético teve média de 26.314. O Cruzeiro, de 21.488, com a diferença sendo explicada pelo fato de o Galo ter ido às semifinais muito mais vezes do que o rival nessa era.
Este ano, os dois gigantes mineiros tiveram números muito parecidos na Série A, superiores à média geral dos pontos corridos, mas ainda baixos para o potencial de arrecadação que têm.
O Cruzeiro teve a nona maior média, e o Atlético a décima, ambos na casa dos 29 mil torcedores por jogo.
A presença do público nos estádios, que está associada a outro ganho dos clubes, os planos de sócios do futebol, é uma fonte de receita cada vez mais importante e Galo e Raposa carregam desafios diante do fato de que no final da década de 1960 conseguiam levar mais torcedores ao estádio, nos jogos do Brasileirão, do que nas edições do torneio neste século.