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Fifa cria gesto para jogadores comunicarem atos racistas durante as partidas

Entidade apresenta nesta sexta-feira (17), durante seu Congresso anual, propostas para tentar minimizar casos de racismo no futebol

Gestual que jogadores poderão fazer para comunicar atos racistas em jogos de futebol

A Fifa vai apresentar durante seu Congresso na Tailândia, na madrugada desta sexta-feira (17), no horário de Brasília, documento que propõe medidas para tentar minimizar o racismo no futebol.

Um dos pontos é a criação de um gesto para que jogadores informem ao árbitro que sofreram algum ato racista, seja de atletas ou de torcedores.

As mãos cruzadas servirão também para que a arbitragem comunique a todos os presentes no estádio, e a quem estiver assistindo em vídeo, que iniciou os três passos, que já existiam, quando ocorre racismo durante as partidas: interromper o jogo, e pedir pelos altos falantes que o racismo pare, suspender a partida com os times indo ao vestiário, e insistir no pedido, e cancelar totalmente o confronto.

Outras medidas que estão no documento:

  • A Fifa vai exigir que suas 211 associações filiadas incluam em seus códigos de disciplina punições em casos de racismo, incluindo derrota automática do clube do jogador ou torcedor que cometa o ato. Muitas federações ainda não têm punições previstas para casos de racismo;
  • A Fifa vai trabalhar para que países que hoje não tenham o racismo como crime incluam isso em suas leis;
  • Promover projetos educacionais que combatam o racismo, em conjunto com governos de todo o mundo. Segundo o texto do documento, “nenhuma criança nasce racista”.
  • A Fifa vai criar um painel antirracismo, com a presença principalmente de ex-jogadores, que vai monitorar e aconselhar a implementação dessas medidas mundo afora.

As 211 associações filiadas votarão durante o Congresso se aprovam, ou não, o texto do documento e consequente adoção dessas medidas. A direção da Fifa espera que seja aprovado por unanimidade.

O presidente da federação internacional, Gianni Infantino, é defensor de medidas mais duras em casos de atos racistas, como a derrota automática do clube com seu profissional ou torcedor envolvido. Essas decisões, entretanto, cabem às associações nacionais, muitas delas por meio de tribunais desportivos.

“Além do processo de três etapas (partida interrompida, partida suspensa e partida abandonada), temos que implementar uma derrota automática para o time que os torcedores cometeram racismo e causaram abandono da partida, bem como proibições mundiais de estádios e acusações criminais para racistas”, disse Infantino recentemente.

Nos últimos anos, o brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid-ESP, se tornou alvo principal de racistas, principalmente na Espanha, em diversos estádios.

Em jogos de times brasileiros nas Copas organizadas pela Conmebol (Confederação Sul-Americana) também é comum atos racistas, principalmente de torcedores imitando macacos.

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Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.