Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues gravou um vídeo nesta segunda-feira (22) em que se solidarizou com o atacante Vinícius Júnior, do Real Madrid e da Seleção Brasileira, alvo de insultos racistas nesse domingo (21). O mandatário também criticou o presidente da LaLiga, Javier Tebas.
“Logo após o episódio, conversamos com o agente do Vinícius (Tatá), mandamos uma mensagem para o Vinícius também. Uma mensagem de apoio. Que ele continuasse de cabeça erguida, desenvolvendo o que ele mais sabe fazer, que é jogar um bonito futebol. Ele também nos agradeceu bastante”, afirmou.
Na sequência, Ednaldo subiu o tom contra o presidente da entidade que organiza o Campeonato Espanhol. Ednaldo afirmou que Tebas é “omisso” por não aplicar uma punição em meio aos casos de racismo.
“Mas nossas ações se colocam bem em relação às autoridades, que não querem aplicar (medidas duras contra racistas) ou são omissas, como é o presidente da LaLiga. É um cidadão que foi questionar a vítima. Portanto, está no lugar errado”, iniciou.
“Quem dirige futebol tem que ter coragem para que possa aplicar aquilo que entristece e crime em qualquer sociedade. Nosso repúdio, sim, a esse presidente da LaLiga”, completou.
Ednaldo ainda abordou uma reunião que terá com Luis Rubiales, presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), em junho. A Seleção Brasileira estará no país espanhol para duelo amistoso com Guiné.
“Vinicius Júnior e qualquer jogador de futebol, mulher ou homem, que sofra um insulto, qualquer ato violento, tem meu apoio e de toda a Federação Espanhola, pois estamos aqui para ajudar e pedir que nos ajudem a melhorar”, afirmou nesta segunda Rubiales.
Racismo contra Vini Jr.
Foi possível ouvir os gritos de “Mono” (macaco, em espanhol) por parte da torcida do Valencia. O árbitro conversou com oficiais da organização da partida e o jogo foi interrompido.
O sistema de som do estádio anunciou a paralisação do duelo devido ao comportamento dos fãs do Valencia e pediu que a torcida desse fim às “manifestações racistas”. Houve um novo aviso até que, depois de cerca de oito minutos, a partida foi retomada, com Vini Jr em campo.
A partir das repetidas demonstrações racistas, o jogo ficou nervoso. Vini Jr. foi provocado pelo goleiro geórgio Giorgi Mamardashvili, que foi punido com o cartão amarelo. Os jogadores trocaram empurrões no campo.
No fim do confronto, porém, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou amarelo, mas após revisão do lance pelo VAR, foi expulso nos acréscimos.
O problema envolvendo a torcida espanhola não é novidade.
Vinícius responde
“Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhois que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”, completou.
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