Ícone dentro e fora das pistas, Lewis Hamilton será um dos grandes destaques do Met Gala 2025, tanto pelo papel de co-anfitrião quanto pela capa da edição especial da Vogue americana, lançada nesta terça-feira (15) e que antecipa o evento em Nova Iorque do dia 5 de maio.
O piloto britânico, sete vezes campeão mundial de
A temática deste ano, “Superfine: Tailoring Black Style” (“Moldando o estilo negro”, em tradução livre), resgata a história e o impacto da moda na identidade negra ao longo das gerações. Hamilton aparece em destaque na publicação com uma produção que simboliza o espírito do evento, e em entrevista à Vogue, refletiu sobre a importância pessoal e coletiva do tema.
“Quando descobri que o Met estava celebrando o Black Dandy (estilo de se vestir que combina a moda europeia clássica com a estética da diáspora africana), fiquei um pouco atônito, para ser honesto”, declarou.
“O que mais me tocou foi ver o quanto isso remonta no tempo, e que existem tantas formas diferentes de se apresentar como homem; você não precisa ser tradicionalmente masculino”, foi além.
Relação com a moda
A relação entre moda, identidade e resistência atravessa toda a fala de Hamilton. O britânico relembra a infância na periferia de Londres, quando a moda era um sonho alimentado por clipes, filmes e revistas.
“As pessoas que eu admirava eram Muhammad Ali, Michael Jordan, Eddie Murphy em ‘Um Tira da Pesada’. Mais tarde, aprendi sobre Cab Calloway, James Baldwin, Nelson Mandela e André Leon Talley”, contou. “Vi como a imagem era importante para eles, como se apresentavam através da moda”, complementou Hamilton.
Lewis Hamilton, para a Vogue
Ao longo da carreira, Hamilton enfrentou resistência ao quebrar padrões estabelecidos dentro da Fórmula 1, inclusive no vestuário. “Quando assinei com a F1, só me permitiam usar ternos e uniformes da equipe, e era horrível. Eu não me sentia confortável, não conseguia ser eu mesmo”, disse.
“Com o tempo, tive coragem de dizer: ‘Quero aparecer nas corridas vestindo o que eu quiser’. A reação foi enorme, mas quando viram o impacto, outros pilotos começaram a fazer o mesmo”, complementou.
Presença marcante no Met Gala
O piloto também relembrou sua participação marcante no Met Gala de 2021, quando comprou uma mesa no evento para levar jovens estilistas negros e abrir espaço para vozes sub-representadas. “Foi sobre criar oportunidade”, afirmou.
Agora, como anfitrião, Hamilton espera que o evento vá além da estética e gere conversas profundas sobre moda, história e pertencimento.
“Espero que o Met Gala deste ano reforce a conexão entre moda e autoexpressão, e como isso é profundo na cultura negra. Que possamos mostrar que temos propriedade sobre nossa identidade e como nos enxergamos, e que a moda pode ser usada para combater estereótipos com humanidade e dignidade”, disse.
A exposição do Museu Metropolitano (MOMA), que guia o tema do baile, promete ser uma celebração da elegância, criatividade e resistência negra através da moda. E para Hamilton, o momento não poderia ser mais significativo.
“O timing é tudo. Co-presidir o Met Gala antes não teria sido tão especial. Estou muito orgulhoso. O momento vai ser enorme. Um testemunho do nosso legado. Uma mensagem de que ele não pode ser apagado”, finalizou.