Enviados especiais a Doha - Da garotada que recheia o sistema ofensivo de Tite, Raphinha, de 25 anos, é o que chegou à Copa 2022 com melhor desempenho no que se refere a gols, pois eram cinco nos 11 jogos disputados. No Catar, a história tem sido diferente e do quinteto de ataque brasileiro ele é o único que ainda não balançou a rede neste Mundial. E a ansiedade, que já era sua parceira na estreia, contra a Sérvia, parece ter ficado ainda mais forte.
Foram várias oportunidades desperdiçadas contra os sérvios. Uma atuação sem as mesmas chances contra a Suíça e muita ansiedade pelo primeiro gol em Copas diante da Coreia do Sul, na goleada de 4 a 1, na última segunda-feira (5), no 974 Stadium, pelas quartas de final.
Na entrevista coletiva da última quarta-feira (7), Vinícius Júnior, do Real Madrid, que faz a mesma função do rival Raphinha, do Barcelona, mas do outro lado do campo, minimizou a situação, mas sem deixar de destacar que o gol faz parte da vida do atacante.
“O atacante sempre quer gol, mas num momento importante o gol do Raphinha pode sair. Que saia no próximo jogo. O mais importante é ajudar a equipe, nem que seja baixar para defender a equipe e o Raphinha tem feito isso muito bem”, analisou o camisa 20 de Tite.
Marcação por Neymar
Realmente no segundo ponto abordado por Vini o jogador do Barcelona tem se destacado. Com a instabilidade vivida nas laterais do Brasil até agora no Catar, por causa das lesões em série, os ponteiros têm papel importante e estão executando bem a função de ajudar na marcação, até para dar mais liberdade ao meia-atacante Neymar.
E o camisa 10 tem “pagado” essa entrega da turma ofensiva no sistema de marcação para que ele tenha mais liberdade assumindo a condição de líder, o que pode ser considerado uma novidade em sua trajetória na Seleção Brasileira.
Isso já tinha ficado evidente na volta do time para o segundo tempo na goleada de 4 a 1 sobre a Coreia do Sul. O placar já era de 4 a 0, gols de Vinícius Júnior, Neymar, Richarlison e Lucas Paquetá. Do quinteto da frente, só Raphinha não tinha balançado a rede sul-coreana.
E ele voltou para o gramado sendo abraçado por Neymar, ouvindo conselhos e incentivos, com certeza, e recebendo o famoso tapinha de “vamos para o jogo” do camisa 10 canarinho.
Essa postura do craque do PSG, escancarada na partida contra a Coreia do Sul, foi destacada por Vinícius Júnior em sua coletiva quando perguntado sobre o que representava para ele atuar ao lado de Neymar.
“É a realização de um sonho. Acompanhei a carreira toda e ele é meu maior ídolo. Sempre quis fazer as coisas que ele faz dentro de campo. Um irmão que me dá muita dica e antes de todo jogo tira toda a responsabilidade dos mais jovens. Fala com o Raphinha, Richarlison, Paquetá, comigo. Estar junto com ele é viver um sonho que nem todos podem viver. Nosso maior jogador e e ídolo da maioria da galera que está aqui”, afirmou camisa 20 de Tite.
A esperança brasileira é de que a entrega tática de Raphinha consiga ter a partir do jogo contra a Croácia a companhia do lado artilheiro que ele mostrou nos jogos antes da Copa do Mundo, para que ele não fique marcado como um atacante que se destaca pela marcação, o que pode ser fatal em se tratando de Seleção Brasileira.