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Depois de 56 anos, Brasil volta a ter dois goleiros diferentes iniciando jogos em Copa do Mundo

Em 1966, Gylmar e Manga jogaram; agora foi a vez do titular Alisson e do seu reserva, Ederson

Ederson quebrou marca histórica durante o confronto entre Brasil e Camarões

Enviado especial a Doha - Quando a bola rolou no Lusail Stadium para a derrota de 1 a 0 do Brasil para Camarões, foi quebrado um jejum de 56 anos sem que a Seleção tivesse dois goleiros diferentes iniciando jogos em uma Copa do Mundo. A última vez que isso tinha acontecido foi em 1966, na Inglaterra, e por um motivo muito diferente do que fez o técnico Tite sacar Alisson para escalar Ederson diante dos camaroneses, na última rodada do Grupo G.

O Mundial entre o bicampeonato em sequência da Seleção, em 1958 e 1962, e o tri, no México, em 1970, foi desastroso para os brasileiros. Desde a preparação, a caminhada brasileira foi marcada por equívocos e o resultado foi a única eliminação numa fase de grupos com quatro seleções em cada chave, mesmo número do formato atual.

Depois de estrear batendo a Bulgária por 2 a 0, com o bicampeão do mundo Gylmar no gol, o Brasil perdeu de 3 a 1 para a Hungria na segunda rodada e mudou de goleiro para a partida decisiva contra Portugal.

Manga, na época jogador do Botafogo, entrou no lugar do santista Gylmar. E não correspondeu. Muito pelo contrário. Nervoso demais, teve atuação desastrosa em nova derrota do Brasil por 3 a 1, resultado que decretou a eliminação da Seleção.

Substituição

Em 2006, na Alemanha, o técnico Carlos Alberto Parreira teve dois goleiros em campo, mas apenas um começou os cinco jogos disputados pelos brasileiros, Dida, na época jogando no Milan, da Itália.

Na última rodada da fase de grupos, contra o Japão, o Brasil já entrou classificado e logo após Ronaldo fez 4 a 1, aos 35 minutos do segundo tempo, o treinador sacou Dida para fazer uma espécie de homenagem a Rogério Ceni, que tinha integrado o grupo do penta quatro anos antes, mas sem entrar em campo, assim como o próprio Dida, pois ambos eram reservas de Marcos.

História

Na sua primeira Copa do Mundo, a Seleção jogou apenas duas vezes e teve goleiros diferentes. Joel, do América-RJ, participou da derrota de 2 a 1 para a Iugoslávia, na estreia, e Velloso, do Fluminense, atuou nos 4 a 0 sobre a Bolívia, partida em que o Brasil já estava eliminado, pois a vaga da chave ficou com os iugoslavos.

Em 1938, na França, Batatais, do Fluminense, começou como titular, depois Walter, do Flamengo, assumiu a meta nos três jogos seguintes, mas foi sacado após a derrota de 2 a 1 para a Itália, nas semifinais, com Batatais voltando ao gol na vitória de 4 a 2 sobre a Suécia na disputa do terceiro lugar.

Alexandre Simões é coordenador do Departamento de Esportes da Itatiaia e uma enciclopédia viva do futebol brasileiro