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Taffarel vê Alisson focado apesar do pouco trabalho na Copa e faz paralelo de 2022 com 1994

Treinador de goleiros da Seleção compara força defensiva atual com a do time do tetra

Taffarel durante entrevista coletiva da Seleção Brasileira

Enviados especiais a Doha, no Catar - Jogador com mais minutos em campo pela Seleção Brasileira em Copas do Mundo, 1.680, contra 1.637 de quem mais jogou partidas, o lateral-direito Cafu, que entrou em campo 20 vezes pelo torneio, Taffarel, goleiro do tetra, em 1994, no Estados Unidos, e atual treinador de Alisson, Ederson e Weverton, falou nesta terça-feira (29) com a imprensa, no Grand Hamad Stadium, e fez se posicionou sobre o fato de seu comandado ainda não ter trabalhado aqui no Catar.

Os 18 jogos em Mundiais colocam Taffarel no Top 3 de atletas que mais atuaram pela Seleção, ao lado de Dunga e atrás apenas de Ronaldo (19) e Cafu (20), sendo os dois superados por ele em minutos, assim como o volante que foi capitão em 1994 e 1998.

Com essa experiência acumulada nas três Copas dos anos 1990 ele garante que apesar de não ter feito nenhuma defesa nos dois jogos iniciais do time de Tite, Alisson lhe mostra estar muito atento aos jogos e preparado quando for exigido.

“Algumas saídas, mas vejo ele muito ligado, atento no jogo. É uma forma também de participar, comunicando, acompanhando 100% a jogada. A gente vê que nossa equipe defende muito bem. Não só com zagueiros, laterais, mas os caras lá da frente estão ajudando. Isso é muito bom, quando você não concede nada ao adversário você mostra sua força também. A gente aprendeu isso de uns anos para cá que o Brasil não é só espetáculo. Só ir lá e fazer gol. Aprendeu a marcar também. Mas a gente treina bastante, prepara muito para o jogo”, analisa Taffarel.

Semelhança com o tetra

Uma das lideranças do grupo tetracampeão em 1994, nos Estados Unidos, ele vê semelhança entre a Seleção que joga no Catar e aquela que garantiu o tetracampeonato.

“Em 1994 participei muito pouco daquela Copa. Alguns momentos, algumas partidas, defesas, mas a gente também tinha essa força na marcação. Que essa Copa seja direcionada para a performance da defesa de 1994 e que esse modo de defender ajude bastante. Sei que o goleiro fica até chateado. Está preparado, vem para a Copa mostrar que está preparado. Para o treinador é até melhor que não participe, mas ele está bem preparado”, afirmou o treinador de goleiros do Brasil.

Em 1994, apenas nove bolas foram chutadas ao gol de Taffarel nos sete jogos da campanha do tetra. O goleiro foi vazado apenas três vezes, isso em dois jogos, pois levou um gol da Suécia, na última rodada da fase de grupos, num empate por 1 a 1, quando o Brasil já estava classificado às oitavas, e sofreu dois gols no histórico 3 a 2 sobre a Holanda nas quartas. Foram cinco confrontos sem ser vazado.

Alisson já acumula os dois primeiros, assim como Taffarel em 1994, pois nas duas primeiras rodadas há 28 anos a Seleção fez 2 a 0 na Rússia e 3 a 0 em Camarões.

E vive, segundo o sub-chefe Taffarel, talvez o seu melhor momento: “o Alisson tem uma personalidade muito forte. É líder no Liverpool, aqui na Seleção também. Tite conta muito com o falar dele, com o comportamento dele nos treinos, nos jogos. Ele está preparado tecnicamente, psicologicamente e chegou até fisicamente, o que ele tem um pouco de dificuldade, na questão de peso. Ele está bem preparado para ajudar o time”.

Alexandre Simões é coordenador do Departamento de Esportes da Itatiaia e uma enciclopédia viva do futebol brasileiro
Mineiro de Formiga, Wellington Campos está na Rádio Itatiaia desde agosto de 1990, atuando como correspondente no Rio de Janeiro, cobrindo o dia-a-dia da CBF, Seleção Brasileira e STJD, além dos clubes cariocas e os esportes olímpicos. Participou das coberturas das Copas do Mundo de 1994 (EUA), 1998 (França), 2002 (Coréia do Sul e Japão), 2006 (Alemanha), 2010 (África do Sul) e 2014 (Brasil).