Há três anos, o início da pandemia da Covid-19 mudou não só o mundo, mas o futebol. Em Minas e no restante do Brasil, clubes fecharam as portas dos seus centros de treinamento para imprensa, visitantes e ações com sócios-torcedores. A Cidade do Galo, do Atlético, não recebe jornalistas desde março de 2020. O Cruzeiro fez ações na Toca da Raposa II e permitiu a entrada da mídia especializada para entrevistas especiais. O América também fez concessões pontuais para exclusivas no Lanna Drummond.
Com o avanço da vacinação e a redução do número de casos da doença, esse cenário vai mudar? Os clubes mineiros estudam reabrir as portas para os profissionais de imprensa e para ações com seus sócios-torcedores e patrocinadores?
Veja o que dizem as direções de América, Atlético e Cruzeiro:
Os planos do América para o Lanna Drumond
A assessoria de imprensa do Coelho informou que tem conversado com a direção e a comissão técnica para abrir o Lanna Drummond uma vez por semana para a imprensa. Ainda não há uma definição sobre o tema ou prazo de implantação.
Nos últimos meses e a partir da redução do número de infecções pela Covid-19, o clube abriu exceções e permitiu a entrada de jornalistas para entrevistas agendadas. As tradicionais coletivas são remotas desde 2020.
“As aberturas para a imprensa foram em momentos de apresentação fora do CT, como apresentação do Zárate (Independência), Martinez (Mercado Central de BH), Mastriani (sede do América, no Shopping Boulevard) e apresentação do elenco para esta temporada (Independência).
Em 2021, o América promoveu um um futebol para sócios no Lanna Drummond, mas o elenco já estava de férias. Em 2022, a ação foi repetida, mas no estádio do Horto.
Os planos do Atlético para a Cidade do Galo
Por enquanto, o Galo não estuda o retorno da imprensa ao seu centro de treinamento.
Desde o início da pandemia, o Atlético fechou totalmente o acesso da Cidade do Galo para os jornalistas que cobrem o dia a dia do clube. Mais recentemente, foram liberadas duas visitas de conselheiros à estrutura das categorias de base e duas experiências de sócios-torcedores escolhidos por um patrocinador oficial. Os jogadores não estavam no local.
“O fechamento dos CTs, propiciado pela pandemia, segue uma tendência que já vinha se desenhando entre os principais clubes do país. Entende-se que ali é um local reservado, para o trabalho do futebol com privacidade e segurança. O clube tem suprido as demandas da mídia com diversos conteúdos diários, como entrevistas coletivas virtuais, entrevistas exclusivas, vídeos e fotos das atividades. Não há previsão de retorno dos jornalistas à Cidade do Galo”, informou a assessoria.
Os planos do Cruzeiro para a Toca da Raposa II
A diretoria do Cruzeiro estuda retomar a abertura da Toca da Raposa II para a imprensa e torcedores de forma mais frequente, uma vez superado o período mais crítico da pandemia da Covid-19. Entretanto, não há uma previsão para que isso aconteça. A intenção do clube, segundo a assessoria de imprensa, é, primeiramente, finalizar a modernização do CT. O local passa por obras.
No período de pandemia, o Cruzeiro abriu a Toca da Raposa II quatro vezes para a imprensa, com realização de entrevistas coletivas: duas em 2021 (com Felipe Conceição e Vanderlei Luxemburgo) e duas em 2022 (com Paulo Pezzolano). Houve ainda acesso pontual de profissionais de imprensa para a gravação de programas e entrevistas agendadas com jogadores.
A presença de sócios-torcedores no centro de treinamento também foi vetada desde então, cenário que o clube deseja mudar em breve. A intenção é retomar essas visitações por meio de ativações com o Sócio 5 Estrelas.
Oficialmente, a pandemia ainda não acabou
A Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda não confirmou o fim da pandemia da Covid-19. A entidade mantém o nível máximo de alerta e trata a disseminação como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.
Cronologia da Covid-19 no mundo, no Brasil e em Belo Horizonte
30 de janeiro de 2020
Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional
Em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou que o surto do novo coronavírus constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) – o mais alto nível de alerta da Organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional.
3 de fevereiro de 2020
Primeiro caso de Covid-19 no Brasil
O Brasil identificou a primeira contaminação pelo novo coronavírus no final de fevereiro de 2020, enquanto a Europa já registrava centenas de casos de Covid-19. No dia 3 de fevereiro de 2020 o ministério declarou a Covid-19 como uma emergência de saúde pública de importância nacional.
A declaração de transmissão comunitária no país veio em março de 2020, mês em que também foi registrada a primeira morte pela doença no Brasil.
4 de fevereiro de 2020
Brasil decreta emergência sanitária por causa do novo coronavírus
Governo federal mandou para o Congresso projeto de lei com medidas contra a epidemia que incluiam quarentena e restrição de entrada e saída do país.
11 de março de 2020
Organização Mundial de Saúde declara pandemia do novo coronavírus
A mudança de classificação não se deveu à gravidade da doença e sim à disseminação geográfica rápida que a Covid-19 vinha apresentando. “A OMS tem tratado da disseminação em uma escala de tempo muito curta, e estamos muito preocupados com os níveis alarmantes de contaminação e, também, de falta de ação dos governos”, informou um comunicado da OMS.
18 de março de 2020
Aprovado o decreto que coloca o Brasil em estado de calamidade pública
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o pedido de reconhecimento de calamidade pública enviado pelo governo federal diante da pandemia de coronavírus. A proposta, aprovada também pelo Senado Federal, permitiu que o Executivo gastasse mais do que o previsto e desobedecesse às metas fiscais para custear ações de combate à pandemia. (Fonte: Agência Câmara de Notícias)
30 de março de 2022
Comitê de Enfrentamento à Covid de BH termina em Belo Horizonte
O Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Belo Horizonte foi encerrado após mais de dois anos de atuação no enfrentamento à pandemia na cidade. O grupo era formado por quatro médicos que avaliavam restrições e flexibilizações conforme os dados epidemiológicos da doença.
31 de março de 2022
Termina vigência do decreto de calamidade pública em Belo Horizonte
O Decreto 17.334 de 2020, que determinava situação de calamidade pública em Belo Horizonte devido ao coronavírus, perdeu a vigência nessa data. A publicação permitia ações emergenciais do município para o combate à doença. A não prorrogação considerou a tendência de queda e estabilidade de todos os indicadores de monitoramento da pandemia, além do avanço da vacinação contra a doença.
Contudo, a Secretaria Municipal de Saúde alerta que a pandemia não acabou e continuará acompanhando, diariamente, todos os índices na cidade.
Para manter os protocolos sanitários atualmente vigentes, como o uso de máscaras em locais fechados, do álcool 70% e apresentação de testes em eventos acima de 2 mil pessoas, a Prefeitura publicou o decreto 17.918 na edição desta sexta-feira, dia 1º, do Diário Oficial do Município.
17 de abril de 2022
Governo federal anuncia fim da emergência sanitária por Covid-19
O então ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou em pronunciamento de rádio e TV o fim da emergência de saúde pública em decorrência da pandemia. Segundo o ministro, o anúncio foi possível por causa da melhora do cenário epidemiológico, da ampla cobertura vacinal e da capacidade de assistência do Sistema Único de Saúde (SUS).
22 de abril de 2022
Ministério da Saúde declara fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional pela Covid-19
O então ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, assinou portaria que declara o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), causada pela pandemia da Covid-19 no Brasil. As decisões oficializadas no documento começariam a valer 30 dias após a publicação no Diário Oficial da União.
Segundo o ministro Marcelo Queiroga, o SUS se fortaleceu ainda mais durante a pandemia. “O SUS, desde o período de 2020, se fortaleceu muito. Hoje, nós temos uma maior condição de monitoramento da saúde pública, no que tange a vigilância e saúde sanitária. Isso é algo sem precedentes”.
Para determinar o fim da ESPIN, o Ministério da Saúde considerou a capacidade de resposta do Sistema Único de Saúde (SUS), a melhora no cenário epidemiológico no país e o avanço da campanha de vacinação.
23 de maio de 2022
Governo federal revoga decretos de enfrentamento à pandemia
O então presidente Jair Bolsonaro revogou o Decreto 10.659, de 2021 que instituiu o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19. Entre os membros do grupo estavam representantes da Presidência da República e os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, respectivamente. Ao todo, 23 decretos de combate à pandemia foram revogados por Bolsonaro e governo estima que, em consequência disso, mais de duas mil normas relacionadas ao assunto serão suspensas em todo o país.
18 de novembro de 2022
Uso de máscaras será obrigatório no transporte e unidades de saúde de BH
A partir desta data, o uso de máscara passa a ser obrigatório nos estabelecimentos e serviços de saúde de Belo Horizonte; no transporte coletivo e nas respectivas estações de embarque e desembarque; no transporte escolar; e nos serviços de transporte por táxi ou aplicativo. O decreto que traz a obrigatoriedade do uso de máscara será publicado no Diário Oficial do Município.
2 de janeiro de 2023
Máscara permanece obrigatória em estabelecimentos e serviços de saúde em BH
A Prefeitura de Belo Horizonte publicou no Diário Oficial do Município (DOM) o decreto que mantém a obrigatoriedade do uso de máscara nos estabelecimentos e serviços de saúde da capital. No caso dos transportes coletivo e escolar, locais de embarque e desembarque, táxis e transporte por aplicativo, o novo texto não traz a obrigação da utilização.
30 de janeiro de 2023
OMS mantém Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional
A OMS ainda mantém o nível máximo de alerta para a disseminação da doença. O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, decidiu concordar com a recomendação do Comitê de Emergência da Covid-19 de que a pandemia continuasse sendo uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.
