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Dias dos Namorados: casamento de Virginia e Zé Felipe pode ser salvo? Entenda a terapia de casal

Virginia e Zé Felipe romperam há semanas; especialista explica como a terapia de casal pode contribuir para uma relacionamento saudável e reflexões importantes

Zé Felipe e Virginia Fonseca não estão mais juntos

Fãs de Virginia e Zé Felipe ficaram em choque após eles anunciarem o fim do casamento. Tanto que, muitos deles, pediram que os ídolos fizessem terapia de casal. Afinal, ajuda especializada pode salvar relacionamentos?

Os famosos apareciam diariamente nas redes sociais e passavam, para o público, a ideia de que possuíam um “relacionamento perfeito”. Viagens, trocas de declarações públicas e os tradicionais “boa noite”, com direito a beijo de despedida.

O término “surpresa” provocou uma onda de especulações, o que levou o ex-casal a se pronunciar. “Não é marketing. O Zé não vai lançar música, e eu não vou lançar produto”, esclareceu Virginia.

O casal que, aparentemente, teve um término amigável ainda recebeu diversas recomendações de fãs, que sonham com uma reconciliação. “Façam terapia de casal”, disseram muitos deles.

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Alexander Bez, psicólogo e especialista em Relacionamentos pela Universidade de Miami (UM), explica que a terapia de casal deve “ser considerada sempre que os parceiros sentirem que estão enfrentando dificuldades emocionais, comunicacionais ou comportamentais que não estão conseguindo resolver sozinho.”

Além disso, segundo ele, em alguns casos, a terapia de casal pode sim reverter um término. Porém, é necessário avaliar diversos fatores. Confira a entrevista completa!

1. Quando um casal deve procurar fazer terapia junto?

“A terapia de casal deve ser considerada sempre que os parceiros sentirem que estão enfrentando dificuldades emocionais, comunicacionais ou comportamentais que não estão conseguindo resolver sozinhos. Muitas vezes, o casal não sabe exatamente o que está acontecendo, apenas percebem que algo mudou, que o vínculo já não é o mesmo. Em outros casos, há crises mais agudas, como traições, distanciamento afetivo ou mesmo decisões iminentes de separação. A terapia é um espaço para que esses impasses possam ser elaborados com clareza emocional, em um ambiente seguro, com escuta qualificada. É um caminho não apenas para tentar manter a relação, mas também para entender o que está acontecendo com cada um dentro do vínculo.”

2. Como funciona a terapia de casal?

“A terapia de casal tem diversas abordagens possíveis, sempre considerando a demanda emocional de cada casal. Em alguns casos, o objetivo está bem definido: compreender os motivos que levaram à separação e ajudar os parceiros a elaborarem esse processo. Em outros, existe uma ambivalência emocional — quando ainda há dúvidas sobre os sentimentos, sobre o desejo de continuar juntos ou não. O terapeuta atua como um mediador emocional, promovendo escuta ativa, favorecendo o diálogo e, principalmente, ajudando o casal a organizar suas emoções. Há situações em que o foco é a reparação dos danos emocionais causados pela relação ou pela ruptura. Nesses casos, é comum trabalharmos também o fortalecimento individual de cada parceiro, especialmente quando a continuidade da relação já não é possível.”

3. Quando identificar que um relacionamento chegou ao fim e que o término é a melhor opção?

“Essa é uma pergunta delicada, pois nem sempre a resposta é clara de imediato. Existem relacionamentos que terminam de forma unilateral, quando uma das partes já não deseja mais permanecer, e há também aqueles em que o desgaste é percebido por ambos. Um sinal importante é quando não há mais desejo mútuo de investir na relação ou quando os esforços terapêuticos não surtem efeito. Também é necessário avaliar se há respeito, admiração e segurança emocional no vínculo. Em muitos casos, a terapia ajuda o casal a perceber que estão insistindo mais na ideia da relação do que na relação em si. E aí, sim, o término pode se mostrar como o caminho mais saudável emocionalmente.”

4. É possível reverter um término com terapia de casal?

“Sim, em alguns casos é possível. Especialmente quando a separação ocorreu por impulso, mal-entendidos ou por crises emocionais que não foram bem administradas. A terapia oferece um espaço para revisitar os motivos da ruptura, muitas vezes permeados por sentimentos de culpa, dúvida e arrependimento. A partir disso, o casal pode reconstruir o vínculo com mais consciência e maturidade emocional — claro, desde que o desejo de reatar parta de ambos. No entanto, é fundamental entender que nem toda reconciliação é possível ou desejável. O objetivo da terapia não é forçar um retorno, mas sim promover clareza emocional para que decisões mais saudáveis sejam tomadas.”

5. Algo que gostaria de acrescentar ou esclarecer?

“Gostaria de destacar que, muitas vezes, o desejo de manter um relacionamento está mais ligado à fantasia do que à realidade. Isso é particularmente comum em casais idealizados socialmente, como os ‘casais estrela’, onde o rompimento não impacta apenas os parceiros, mas também o público que projetava naquele casal uma ideia de felicidade perfeita. A separação pode gerar um ‘luto em vida’, que exige elaboração emocional. Outro ponto importante é o impacto psicológico da separação, que pode desencadear ansiedade intensa ou até mesmo estresse pós-traumático conjugal. Nessas situações, o acompanhamento psicológico — e, quando necessário, psiquiátrico — é fundamental para estabilizar as emoções e permitir que o indivíduo ou o casal reencontre o próprio equilíbrio. O fim de um relacionamento não precisa ser um fracasso, pode ser, também, um recomeço.”

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.