O cinema mundial
A relação de Brigitte com o Brasil começou em 1964. Fugindo do assédio frenético da imprensa europeia e buscando paz após um período de estresse intenso, a atriz desembarcou no Rio de Janeiro acompanhada do então namorado, o jogador de basquete do Flamengo, Bob Zagury.
Ao encontrar o Rio cercado por paparazzi, o casal buscou refúgio em um local quase desconhecido: Búzios, que na época era apenas um distrito de Cabo Frio. Sem hotéis de luxo, eletricidade abundante ou gastronomia refinada, a atriz encontrou o que buscava na simplicidade.
Foram quatro meses de anonimato relativo e liberdade. Bardot era vista de pés descalços, circulando em um Fusca vermelho e caminhando tranquilamente pela Praia de Manguinhos. E o que era um segredo de pescadores tornou-se o destino mais cobiçado do Rio de Janeiro.
Legado e a crítica à urbanização
Embora tenha retornado apenas uma vez, em dezembro de 1964, a presença de Brigitte tornou-se eterna na cidade. Ela recebeu o título de cidadã honorária e hoje empresta seu nome à Orla Bardot, onde uma estátua de bronze, inaugurada em 1999, eterniza sua imagem olhando para o mar.
Orla Bardot, tem estátua de bronze de Brigitte
No entanto, em seus últimos anos, a atriz demonstrou certa melancolia com o destino que ajudou a criar. Em 2017, em entrevista à RFI, ela lamentou a urbanização desenfreada.
“Foi o lado selvagem do lugar que me seduziu. Mas o que Búzios se tornou hoje me deixa atordoada. É uma pena”, declarou na ocasião.