Ouvindo...

Processo de DNA do suposto filho de Gugu pode ser reaberto? Advogados explicam o que pode acontecer

Ricardo Rocha, empresário do ramo automotivo, entrou na Justiça em 2023 alegando que o falecido apresentador é seu pai

Gugu Liberato e Ricardo Rocha

A disputa judicial movida por Ricardo Rocha, que busca o reconhecimento da paternidade de Gugu Liberato (1959-2019), ganhou um novo desdobramento. A defesa do empresário contesta o resultado do exame de DNA realizado em dezembro de 2024, que deu negativo, e levanta a hipótese de que o apresentador não seria filho biológico de Maria do Céu. O teste realizado na época, a partir de amostras do DNA da mãe de Gugu, indicou que Rocha não é filho biológico do apresentador.

Em entrevista ao site Splash, do Uol, o advogado Eduardo Maciel - que não integra a defesa de Ricardo Rocha -, explicou que a reabertura de um processo de paternidade após um exame de DNA já realizado exige a apresentação de novas evidências que ainda não tenham sido analisadas. No entanto, o profissional, sócio do escritório Maciel, Fernandes, Basso e Dumas Advogados destacou que o juiz pode flexibilizar essa questão caso entenda que o caso envolve um “direito de família de grande relevância para a dignidade da pessoa humana”.

Maciel ressaltou que um eventual reconhecimento de paternidade poderia alterar a divisão da herança do apresentador. “Qualquer alteração de parentesco pode levar ao reposicionamento da herança. Caso o Juiz de Direito aceite a argumentação trazida pela defesa de Ricardo Rocha para reanálise da questão, é provável que haja novo teste de DNA”, afirmou.

Leia também

De acordo com o Splash, para contestar o resultado do exame, a defesa do empresário apresentou um teste de “similaridade genética” entre Ricardo Rocha e familiares de Gugu. No entanto, segundo o advogado Eduardo Maciel, essa argumentação pode influenciar no caso, mas não é determinante. “Acredito que não seja determinante para uma revisão do caso, que ocorrerá caso apareça alguma prova mais robusta de novo exame de DNA, por exemplo, que possa superar aquele já realizado”, explicou Maciel.

O advogado analisa que, diante da tese de que Gugu não seria filho biológico de Maria do Céu, levanta-se a possibilidade de exumação do corpo do apresentador para coleta de material genético. Entretanto, o jurista pondera que essa seria uma medida extrema. “Penso que inicialmente a exumação seria deferida somente caso os filhos biológicos se negassem a conferir material genético para a análise”, observou.

A advogada Fernanda Zucare, especialista em direito de família, também ouvida pelo Splash, destacou que a exumação pode ser um recurso útil, mas não definitivo. “Nem sempre a exumação vai aclarar completamente a situação, isso depende do material coletado e da qualidade também, mas pode ajudar”, afirmou.

Procurada pelo site de notícias, a defesa de Ricardo Rocha alegou que o processo está sob segredo de justiça e, por isso, não irá comentar o caso. Até o momento, a defesa da família de Gugu Liberato não se manifestou.

O caso

Ricardo Rocha, empresário do ramo automotivo, entrou na Justiça em 2023 para realizar um exame de DNA que comprovasse a suposta paternidade de Gugu. O teste realizado na época, a partir de amostras do DNA da mãe do apresentador, indicou que ele não é filho biológico de Liberato.

A defesa de Rocha argumentou que os filhos do apresentador, João, Marina e Sofia, foram concebidos por meio de fertilização in vitro, o que poderia indicar a ausência de material genético em comum com o empresário. Agora, com a contestação do exame e novas alegações, a disputa judicial ganha um novo capítulo.


Participe dos canais da Itatiaia:

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação FBK e Viver.