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Gusttavo Lima: cantor se manifesta em live após indiciamento; veja o que ele disse

Gusttavo Lima realizou transmissão na tarde desta segunda-feira (30)

Gusttavo Lima foi indiciado por crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa

Gusttavo Lima, de 35 anos, realizou na tarde desta segunda-feira (30) uma live no Instagram, onde é acompanhado por mais de 45 milhões de seguidores. O artista, que teve o pedido de prisão revogado na última semana, foi indiciado por crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

“Agradecer a cada de um vocês por tanta oração, coisas boas que recebi, de grandes amigos, meus fãs, pelo apoio incondicional”, inicia Gusttavo.

“Todos vocês sabem de onde eu vim, o que passei para chegar até aqui. Quantas provas, né? Desde moleque trabalhando sem parar. Sem ter final de semana, sem ter infância, comecei a trabalhar com 10 anos. Não me arrependo, acho que o trabalho dignifica a pessoa, o ser humano”, acrescenta.

Gusttavo recorda que, nos últimos três meses, fez quase 70 shows. Segundo ele, a média é de 200 por ano. “Ano que vem a gente caminha pra fazer 50, pra ter um pouco mais de descanso”.

“Todos vocês me acompanharam desde o momento que comecei a trabalhar, a fazer sucesso em 2008. Agora, com tudo isso que surgiu, se não me engano foi a partir do dia 4. Eu fui surpreendido aí por tantas mentiras, tantas suposições. Gente, não é possível que fiz algo de errado? Nós temos nossos amigos, que fazem a parte tributária. Frisei várias vezes se tinha algo errado e falaram que não tem”, segue.

O cantor destaca: “Por um lado tô muito tranquilo de verdade. Acredito na Justiça do Brasil e do Pernambuco, e sei que isso vai acabar mais rápido possível”.

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Venda de aviões

Em seguida, o cantor chama o advogado Cláudio Bessa, com quem trabalha há 15 anos, para rebater pontos da acusação. “Quero bater ponto a ponto com vocês”. Ele inicia falando da venda da primeira aeronave feita em junho de 2023. “Aconteceu. Não foi nenhuma criação. Tem o contrato devidamente esclarecido, assinado com certificado digital, com data e tudo. Essa primeira venda teve o problema com a turbina”, explica Cláudio.

“Não sei quantos aviões tive na minha vida. Primeiro, você compra o avião, dá um sinal e depois vê se tudo tá ok. Em 10, 15 dias após a pré-compra, se conclui o negócio. Foi feito o negócio, ele foi levado pra pré-compra e constatou um probleminha no avião. O comprador falou que não podia esperar. Então se devolveu o dinheiro. Foi um destrato”, acrescentou Gusttavo.

“Posteriormente, mandei consertar o problema do avião, ele ficou cinco meses nos EUA fazendo manutenção, foi solucionado o problema, o avião voltou e foi vendido”, continua o cantor.

O avião era de propriedade da Balada Eventos, empresa alvo da investigação. “Uso a aeronave para trabalhar. Então fica muito difícil não ter um avião para você se locomover. Só que de tempos em tempos a gente troca o avião. Super normal [...] O problema foi ter vendido para uma empresa que está sendo investigada”, justifica Gusttavo.

O artista conta que, depois do reparo, o avião foi vendido. “Essa segunda venda foi devidamente concluída”, afirma o advogado do cantor. “Então veio aquele imbróglio. Ele estava no nome da Balada por conta do termo de quitação, datado de 8 de agosto de 2024", completa.

Em seguida, o advogado pega o contrato da segunda venda. “Foi na data de 1º de fevereiro de 2024. O contrato devidamente assinado. Não é documento produzido, é documento contemporâneo com a data que foi feita a negociação”.

O advogado diz que não tem nada errado na tributação do contrato. “Nesse momento, a gente não tem uma definição das análises desses documentos, mas já estão em posse da Justiça”.

Vai de Bet

“Tudo foi cumprido 100% com a Vai de Bet”, alega Gusttavo, e o advogado explica. “Todos os documentos estão assinados com certificado digital, não foram produzidos”, diz ele.

Gusttavo nega ser sócio da Vai de Bet e diz que tem contrato de prestação de serviço com a empresa. “Existe a negociação de 25% de uma possível venda da marca”, explica ele. “Quantos contratos a gente tem parecidos, que são do mesmo jeito. Só que posso escolher a forma que quero ser remunerado. Posso escolher fixo, mas não achei interessante. Prefiro ter 25% da participação, pra valorar essa marca, mas todos os recebidos estão aí e comprovam que não sou dono da Vai de Bet.” Ele completa: “Fiz o contrato de publicidade que, numa possível venda, teria direito a 25%.”

“Jogo não é venda, jogo é diversão. Fico feliz que tenha regulamento. Tem que haver uma educação financeira, coisa que era meu sonho ter na escola [...] Mas o governo tá de parabéns pra ter uma regularização”, acrescenta.

“Todo mundo sabe meu trabalho social. O que uma mão faz a outra não precisa ficar sabendo [...] Você pode ter certeza, com o bebê não tem conversa. Meus fãs, vocês podem ficar tranquilos. Não tem conversa. Isso é loucura. Pra mim, é assassinato de reputação. É o que tô sentindo”, diz.

Guarida pra foragido

Em seguida, ele fala sobre a viagem para Grécia, onde gravou 20 músicas. “Fiquei o ano todo juntando dinheiro pra fazer essa viagem, que foi maravilhosa, independente de tudo [...] Não sei onde arrumei força pra cantar naquele dia. Música é sentimento, mas tá tudo bem.”

“A gente viajou no dia 1º, a operação foi no dia 4. Pegou todo mundo de surpresa. Foi por volta de 12h, 13h, a gente estava em fuso. Desenrolamos o que tinha, os proprietários da Vai de Bet seguiram viagem. Não tem guarida pra foragido. Falaram também que a gente deixou eles nas Ilhas Canárias”, comenta o cantor.

“De Goiânia para Atenas foram 12 horas de viagem direto [...] Quando a gente foi voltar, pegamos vento de frente, uma chuva. Aí paramos no caminho para reabastecer por conta desse vento”, acrescenta.

Em seguida, o advogado lê os nomes que estão na declaração de passageiros, sendo 12. “Toda documentação que apresentei sequer foi analisada”, afirma o cantor.

Sobre a relação com os donos da Vai de Bet, ele explica: “O nosso relacionamento é de muito profissionalismo, e a gente que trabalha com música tem que tá ligado com os seus parceiros. É uma grande injustiça. Meu contrato de trabalho com eles é profissional”.

O cantor nega ter fugido para os EUA. “Jamais vou fugir das minhas responsabilidades [...] Tudo isso aconteceu de surpresa, falei para Andressa pra vir para os EUA, preciso proteger meus filhos. Tô aqui desde o dia 14 de setembro, tenho shows no dia 19 de outubro em Miami e dia 26 estarei em Boston. Eu não sou bandido”.

Sobre o mandado de prisão, ele afirma: “Por dentro, foi super tranquilo. Fui pego de surpresa. Tô à disposição, só que tenho minhas coisas, tenho turnê aqui nos EUA”.

“Em 35 anos, olha o presente irmão. E tá tudo bem. Acho que a Justiça tem que ser feita. A Justiça do estado do Pernambuco tem que analisar todos os fatos. Como você prende uma pessoa que não tem nada ver com isso?”, questiona o cantor, que encerra. “Em breve, a gente vai disponibilizar uma plataforma, onde vamos colocar tudo à disposição dos fãs.”

Investigação

Gusttavo Lima é investigado na mesma operação que prendeu Deolane no dia 4 de setembro. A ex-Fazenda foi solta no dia 24 após determinação do Tribunal de Justiça de Pernambuco, juntamente com a mãe, Solange, que também é investigada por crimes de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais.

A defesa de Gusttavo Lima alega que ele é inocente. “A relação de Gusttavo Lima com as empresas investigadas era estritamente de uso de imagem e decorrente da venda de uma aeronave. Tudo feito legalmente, mediante transações bancárias, declarações aos órgãos competentes e registro na Anac”, diz a nota divulgada na última semana.


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Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.