O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve, por decisão unânime, a condenação do ex-BBB Felipe Prior por estupro em 2ª instância. Os desembargadores ainda aumentaram a pena do ex-BBB - que havia sido fixada em seis anos de prisão, em regime inicialmente semiaberto - para oito anos de prisão, também em regime semiaberto.
O julgamento aconteceu nesta terça-feira (10), com participação dos desembargadores Luiz Tolosa Neto, o relator do caso, Ruy Alberto Leme Cavalheiro, o revisor, e Márcia Lourenço Monassi. O processo corre em segredo de justiça, mas as informações foram obtidas pelo portal g1.
Na ocasião, a juíza alegou que pelo prontuário médico da vítima sabe-se que o crime foi cometido. O documento aponta que houve laceração na região genital. Além disso, prints de mensagens trocados entre eles também foram analisados. Ela, o réu e testemunhas de defesa e acusação prestaram depoimentos.
Relembre o crime
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Themis (nome fictício para preservar a identidade da vítima) contou que conheceu Prior no colégio e que voltou a encontrá-lo o curso de arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, no Centro da capital paulista. Ela disse que nunca foi amiga dele e que eles estudavam em turnos diferentes.
Em 8 de agosto de 2014, ela contou que foi com uma amiga a uma festa na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo (USP). Na hora de ir embora, Themis disse que encontrou Prior, que ofereceu uma carona. Segundo ela, a amiga foi a primeira a ser deixada em casa. Depois disso, Prior teria parado o carro, desafivelado o cinto e começado a beijá-la.
“Começou a tirar minha roupa e, à medida que as coisas iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo. Eu falei ‘Felipe, eu não quero, não quero’, e ele continuou insistindo, continuou tirando a minha roupa e começou a penetração. Cada vez que eu falava que eu não queria, ele se tornava mais agressivo. Eu comecei a tentar resistir fisicamente, e ele começou a puxar meu cabelo. Começava a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Proferiu umas frases muito... Passaram 9 anos e, tipo... Ele começou a falar para eu parar de me fazer de difícil, que é claro que eu queria, que agora não era hora de falar que não e começou a forçar a penetração”.
Devido à violência, Themis conta que sofreu uma laceração, o que provocou um grande sangramento. “Eu gritei. Começou a sair muito sangue. E eu comecei a gritar de dor, e aí ele parou imediatamente, falou: ‘O quê que é isso? E eu, tipo, não sabia o que estava acontecendo, estava muito assustada. Só fui pegando minhas roupas e tentando estancar o sangue. Aí ele perguntou se eu queria ir para o hospital. Falei que não, que eu só queria ir para minha casa.”
“Sinceramente, acho que ele ficou mais preocupado com o carro dele do que comigo. Depois, ele foi para o porta-malas, ficou pegando pano e tentando limpar o carro. Eu tampei minha ferida com as minhas roupas”, acrescentou.
Ao chegar em casa, Themis disse que foi direto para o banheiro e tentou estancar sozinha o sangue, mas não conseguiu. Foi então que ela chamou a mãe e elas seguiram para o hospital.
Na unidade de saúde, uma médica atestou o ferimento: uma laceração de grau 1 - compatível com fricção de pênis ou introdução de outro instrumento na vagina, segundo o prontuário médico ao qual o g1 e o Fantástico tiveram acesso.