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Ex-BBB Felipe Prior é condenado a seis anos de prisão por estupro

Felipe Prior participou do BBB 20, que teve Rafa Kalimann, Manu Gavassi, Boca Rosa e outros artistas

Ex-BBB pode recorrer em liberdade

O ex-BBB Felipe Prior, de 31 anos, foi condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto por um estupro cometido em 2014. A denúncia foi feita em 2020 e ganhou repercussão quando o empresário estava confinado no reality da Globo. A condenação ocorreu no último sábado (8), conforme apuração do UOL.

A decisão foi tomada pela juíza Eliana Cassales Tosi Bastos, da 7ª Vara Criminal de São Paulo, em primeira instância. O caso ocorre em sigilo.

A vítima revelou ter sido estuprada pelo ex-BBB em 2014. Conforme a Justiça, Prior usou força física ao segurá-la “pelos braços e pela cintura, além de puxar-lhe os cabelos”. Foi neste momento que ela disse que “não queria manter relações sexuais”, porém ele continuou.

A juíza alegou, de acordo com o UOL, que pelo prontuário médico da vítima sabe-se que o crime foi cometido. O documento aponta que houve laceração na região genital. Além disso, prints de mensagens trocados entre eles também foram analisados. Ela, o réu e testemunhas de defesa e acusação prestaram depoimentos.

Ao UOL, Maira Pinheiro, uma das advogadas da vítima, contou que ficou aliviada após a sentença ter sido proferida em meio a muitas lutas. “Nossa cliente foi achacada, nós, advogados, fomos muito atacados durante esse processo, e essa espera vem como reconhecimento de que razão desde o início”, destacou.

Para a advogada, a pena definida é baixa “dado a brutalidade do crime”. Ela espera que nas instâncias superiores a pena seja aumentada e que Prior a cumpra em regime fechado. A defesa da vítima é composta também por Juliana Valente, Maurício Dieter, Caio Patricio de Almeida, João Bechara Calmon e Guilherme Perissé.

Por meio de nota, o advogado de Prior, Rafael Pugliese Ribeiro, afirmou que a sentença “sequer foi publicada e se encontra em segredo de justiça” e que a defesa do ex-bbb irá apelar. Já a equipe de advogados da vítima afirmou que recebeu “com muito alívio” a notícia da condenação. leia nota na íntegra de ambos advogados do fim desta matéria.

Nota da defesa de Felipe Prior:

“Através do presente comunicado, com pesar, mas profundo respeito, a Defesa de Felipe Antoniazzi Prior recebeu informações pelos meios de comunicação, da sentença de procedência da ação penal. A qual inclusive sequer foi publicada e se encontra em segredo de justiça.

A sentença será objeto de Apelação, face a irresignação de Felipe Antoniazzi Prior e de sua Defesa, que nele acredita integralmente, depositando-se crédito irrestrito em sua inocência e de que, em sede recursal, lograr-se-á sua reforma, em prestígio à Justiça, reconhecendo-se sua legítima e verdadeira inocência, que restou patentemente demonstrada durante a instrução processual.

Reafirmando-se a plena inocência de Felipe Antoniazzi Prior, repisa-se ser esse seu status cívico e processual, à luz da presunção de inocência, impondo-se a ele, como aos demais cidadãos em um Estado Democrático de Direito, como o pátrio, respeito, em primazia ao inciso

LVII, do artigo 5°, da Constituição Federal brasileira que preconiza que ‘Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória’, para que não se incorra em injustiças, como muitas já assistidas, infelizmente, em nosso país”.

Nota da equipe de acusação:

Nós da equipe de defesa da vítima recebemos com muito alívio a notícia condenatória. Entendemos que ela reflete integralmente as provas que foram produzidas ao longo do processo e principalmente que ela deu valor e a preponderância devida a palavra da vítima, e que foi entendimento da magistrada de que não há dúvidas quanto à materialidade do crime, ou seja não há dúvidas que um crime de estupro foi cometido naquele dia.

Foi muito sofrido esses três anos e meio para as mulheres nossa agenda tem três processos pela frente a sensação de impunidade foi muito dolorida, mas encerramos esse processo com a sensação de dever cumprido e que a justiça foi feita.

Muito provavelmente a defesa vai recorrer, então a gente ainda tem uma luta grande pela frente nesse caso, mas vamos seguir defendendo o direito das mulheres a uma vida livre de violência em todos os seus âmbitos.

Esperamos que a notícia dessa condenação sirva como um incentivo para as mulheres que sofreram violências parecidas e que estão em silêncio, nesse momento, sentindo que não serão ouvidas e que não terão a credibilidade reconhecida pelos órgãos do sistema de Justiça.

Nosso recado para elas é que existe Justiça possível não desistam defendam aquilo que vocês acreditam. Acredite na sua história e na sua verdade que há muita gente na advocacia feminista comprometida com a luta em defesa das mulheres procure uma advogada feminista perto de onde você está Peça ajuda peço orientação que a justiça é possível”.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.