Alice Munro, primeira escritora canadense a receber o Nobel de Literatura, morre aos 92 anos, confirmou nesta terça-feira (14) sua editora. A morte teria ocorrido na segunda (13), em Ontário, segundo o Globe and Mail. Nos últimos anos de vida, Munro estava com a saúde frágil e sofreu de demência na última década, mas a causa da morte não foi informada.
Conhecida no Brasil pelos livros "Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento”, “Fugitiva” e “Felicidade Demais”, entre outros, Munro nasceu em 10 de julho de 1931 em Wingham, no Canadá, e aos 11 anos anunciou que queria ser escritora. “Penso que talvez fiz sucesso fazendo isto porque não tinha nenhum outro talento”, explicou certa vez em uma entrevista.
Munro cresceu na zona rural. O pai, Robert Eric Laidlaw, criava raposas e aves, enquanto a mãe era professora.
Ela começou a estudar jornalismo e inglês na University of Western Ontario, mas deixou a faculdade em 1951, ao se casar. Na mesma época, escreveu primeiro livro, “Dimensões de uma Sombra”, e abriu uma livraria. A primeira publicação, no entanto, seria “Dance of the happy shades”, em 1968.
Prêmio Nobel
Considerada por críticos literários como “Tchekhov do Canadá", Alice Munro se notabilizou pela escrita de contos, muitos deles ambientados no campo. Ela compunha histórias tensas e de observação aguda sobre as fragilidades humanas.
Ao declará-la vencedora do Nobel, a Academia Sueca a identificou como “mestra do conto contemporâneo”.
Apesar do sucesso literário, que lhe garantiram prêmios como o Man Booker Prize, em 2009, e o Nobel, em 2013, Munro tinha uma vida modesta e não era vista em eventos.
“Ela não é uma pessoa da alta sociedade. De fato, raramente é vista em público e não faz turnês de promoção de livros”, comentou o crítico literário americano David Homel.
Não foram divulgadas informações sobre funerais.